Ribeirão Preto, Domingo, 18 de Outubro de 2009

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Por controle, polícia cadastra flanelinhas

Levantamento, iniciado neste ano, quer saber quem trabalha na função, mas não autoriza cobrança por estacionamento

Regulamentação já existe no Distrito Federal, mas os serviços são oferecidos com remuneração opcional e é proibido coagir motorista

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Civil de Ribeirão Preto iniciou um cadastramento de flanelinhas que atuam na cidade, com o objetivo de ter controle sobre esse tipo de atividade. O cadastramento, no entanto, não significa autorização para a cobrança imposta aos motoristas nas ruas.
"Não é permitido cobrar. A pessoa contribui, se quiser, para ajudar com o quanto ela acha que deve", disse José Gonçalves Neto, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). O levantamento começou a ser feito no início do ano.
Motoristas que se sentirem intimidados por flanelinhas, ainda de acordo com o delegado, devem procurar a delegacia e registrar boletim de ocorrência. "A ameaça, ainda que velada, é uma ameaça. Dependendo de um gesto que uma pessoa faz para falar com você, ela pode estar te ameaçando. E isso é extorsão, é crime", afirmou.
Gonçalves Neto disse que relatos variados sobre um mesmo tipo de denúncia podem ajudar nas investigações.
"Às vezes, com um único caso, a gente não consegue efetuar uma prisão. Mas, juntando uma história com outra, a gente investiga e pode até prender [em caso de extorsão]", afirmou.
Em abril deste ano, o flanelinha Rodrigo José Moreira Rosa foi preso em Ribeirão pela DIG depois de ser denunciado pela universitária Anna Paula de Oliveira Sampaio, 21. "Eu disse que não ia mais pagar, então ele respondeu: "Fica esperta, qualquer hora vai acontecer alguma coisa com o seu carro". Fui para a delegacia e os policiais o prenderam na hora", afirmou a universitária à Folha na ocasião.
No Distrito Federal, a profissão de flanelinha foi regulamentada em julho. No texto do decreto, fica claro que os serviços oferecidos são opcionais. Além disso, é proibido coagir o motorista ao pagamento e prestar o serviço em área de estacionamento irregular.
Em Ribeirão, leis de 1999, 2000 e 2001 regulamentam a profissão, impondo uso de uniformes e pagamento de imposto, mas não são aplicadas.


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