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Por controle, polícia cadastra flanelinhas
Levantamento, iniciado neste ano, quer saber quem trabalha na função, mas não autoriza cobrança por estacionamento
Regulamentação já existe
no Distrito Federal, mas os
serviços são oferecidos com
remuneração opcional e é
proibido coagir motorista
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil de Ribeirão
Preto iniciou um cadastramento de flanelinhas que atuam na
cidade, com o objetivo de ter
controle sobre esse tipo de atividade. O cadastramento, no
entanto, não significa autorização para a cobrança imposta
aos motoristas nas ruas.
"Não é permitido cobrar. A
pessoa contribui, se quiser, para ajudar com o quanto ela acha
que deve", disse José Gonçalves Neto, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
O levantamento começou a ser
feito no início do ano.
Motoristas que se sentirem
intimidados por flanelinhas,
ainda de acordo com o delegado, devem procurar a delegacia
e registrar boletim de ocorrência. "A ameaça, ainda que velada, é uma ameaça. Dependendo
de um gesto que uma pessoa faz
para falar com você, ela pode
estar te ameaçando. E isso é extorsão, é crime", afirmou.
Gonçalves Neto disse que relatos variados sobre um mesmo
tipo de denúncia podem ajudar
nas investigações.
"Às vezes, com um único caso, a gente não consegue efetuar uma prisão. Mas, juntando
uma história com outra, a gente
investiga e pode até prender
[em caso de extorsão]", afirmou.
Em abril deste ano, o flanelinha Rodrigo José Moreira Rosa
foi preso em Ribeirão pela DIG
depois de ser denunciado pela
universitária Anna Paula de
Oliveira Sampaio, 21. "Eu disse
que não ia mais pagar, então ele
respondeu: "Fica esperta, qualquer hora vai acontecer alguma
coisa com o seu carro". Fui para
a delegacia e os policiais o prenderam na hora", afirmou a universitária à Folha na ocasião.
No Distrito Federal, a profissão de flanelinha foi regulamentada em julho. No texto do
decreto, fica claro que os serviços oferecidos são opcionais.
Além disso, é proibido coagir o
motorista ao pagamento e
prestar o serviço em área de estacionamento irregular.
Em Ribeirão, leis de 1999,
2000 e 2001 regulamentam a
profissão, impondo uso de uniformes e pagamento de imposto, mas não são aplicadas.
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