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Ribeirão terá nova epidemia de dengue
Secretário espera que os casos em 2011 sejam menores que os quase 30 mil deste ano, mas prevê números altos
Reaparecimento do tipo 2 da doença preocupa porque é um dos mais agressivos para a
doença hemorrágica
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Os ribeirão-pretanos devem se preparar para mais
uma epidemia de dengue em
2011. O secretário da Saúde,
Stenio Miranda, afirmou na
manhã de ontem que a expectativa é que sejam registrados menos casos que os
confirmados neste ano
-29.576 até a noite de ontem,
o equivalente a 92 por dia-,
mas o número de doentes deve ser maior do que o de anos
anteriores.
"Todos os anos de pico, como foi este, são seguidos de
um ano com muitos casos
também", disse Miranda.
A situação já pode ser observada, uma vez que o número de casos registrados em
outubro deste ano é maior
que o do mesmo período do
ano passado -22 confirmações ante 14.
O período de chuvas -que
já começou na região- também preocupa. De acordo
com o infectologista Ivo Castelo Branco, consultor da
OMS (Organização Mundial
da Saúde), os ovos do Aedes
aegypti, transmissor da dengue, sobrevivem por até um
ano em lugares secos.
"Com as chuvas, os ovos
podem eclodir e iniciar a infestação do mosquito."
O reaparecimento do vírus
tipo 2 neste ano também
preocupa a Secretaria da
Saúde de Ribeirão, por se tratar de um dos tipos mais
agressivos, quando se trata
de dengue hemorrágica.
Neste ano, a maioria dos
casos foi do tipo 1, que se propaga muito rápido. Mas houve também casos do tipo 2. O
vírus da dengue se divide em
quatro tipos. Todos podem
causar tanto a forma clássica
da doença quanto a dengue
hemorrágica. Uma vez infectado por um dos tipos, a pessoa fica imune àquele determinado vírus.
No entanto, quanto mais
vezes a pessoa pegar dengue,
maiores são as chances de
complicações e até de evoluir
para a forma mais grave que
é a hemorrágica.
De acordo com o secretário, ações para combater possíveis criadouros do mosquito estão sendo realizadas em
diversos bairros.
Outra medida de prevenção começou a ser aplicada
ontem: agentes de Controle
de Vetores passaram a usar
um novo inseticida, chamado Diflubenzuron, indicado
pelo Ministério da Saúde para combater o Aedes. "Estamos nos preparando para o
pior. O importante é estarmos aptos para enfrentar o
que for para evitar casos graves e mortes."
Neste ano, a dengue matou 11 pessoas na cidade.
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