Ribeirão Preto, Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009

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Golpe do SMS faz dez vítimas em Ribeirão

Mensagem diz que dono do celular ganhou uma casa ou um carro; quem "aceita" acaba depositando dinheiro para os golpistas

"Se a pessoa não está em nenhuma promoção, é impossível ser premiada", alerta o delegado da DIG, José Gonçalves Neto


Silva Junior/Folha Imagem
Otécnico Luciano (nome fictício) com seu celular; ele foi uma das vítimas dos estelionatários

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Luciano, 23, técnico de informática desempregado, de Ribeirão Preto, recebeu neste mês uma mensagem no celular informando que ele tinha ganho um C4 Pallas, carro de luxo da Citroën.
Para receber o prêmio, bastava ligar de um telefone fixo para um celular identificado no SMS e seguir as orientações. Fez isso e acabou depositando, sem saber, R$ 1.000 em uma conta do Nordeste.
Assim como Luciano (nome fictício), pelo menos dez pessoas foram vítimas do golpe do SMS em Ribeirão neste mês.
De acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) José Gonçalves Neto, os estelionatários mandam mensagens aleatórias para centenas de celulares dizendo que a possível vítima ganhou algum produto de alto valor, como casas e carros, e deixam um número para ligar.
Gonçalves Neto disse que o número de golpes dessa natureza cresce nesta época devido ao 13º salário e também ao grande número de promoções feitas no comércio.
"Os estelionatários se aproveitam desses fatores para aplicar os golpes. Mas é bom lembrar que, se a pessoa não está em nenhuma promoção, é impossível ser premiada", disse.
Delegados de Sertãozinho, São Carlos e Franca também disseram ter notado um aumento de tentativas do golpe do SMS em suas cidades.
"Eles disparam várias mensagens. Até minha filha recebeu uma", disse Targino Osório, da DIG de Sertãozinho. Segundo ele, muitas pessoas o procuraram para comunicar que receberam as mensagens, mas ninguém admitiu ter caído no golpe. "Eles mandam umas mil mensagens por dia, um que cair já está bom para eles."
Para o delegado da DIG de São Carlos, Geraldo Souza Filho, o número de casos é muito maior do que se imagina.
"As vítimas ficam com vergonha de ter caído em um golpe desses e não registram boletim de ocorrência", disse.
De acordo com Márcio Murari, delegado da DIG de Franca, o golpe é aplicado o ano todo, mas tem um aumento sensível nesta época do ano.
Segundo os delegados, os estelionatários usam três tipos de conta para receber o dinheiro proveniente dos golpes.
Primeiro, existem as preparadas apenas para receber o dinheiro. Segundo, há as contas de laranjas, que são abertas com documentos "quentes" (são verdadeiros, mas foram furtados ou roubados).
A terceira opção são contas normais que, muitas vezes, o dono nem descobre que foi usada por estelionatários e acha que foi um erro do banco.
"Às vezes, é aquela pessoa que não tira o extrato todos os dias. Quando checa a conta, vê o depósito e depois o saque e acha que foi um estorno do banco", disse Gonçalves Neto.
Na semana passada, todos os repórteres da Folha em Ribeirão receberam uma mensagem no celular de que tinham ganho uma casa no valor de R$ 50 mil. Um dos jornalistas ligou para o número informado na mensagem e gravou a conversa.


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