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CLIMA
Temperaturas baixas provocaram perdas na agricultura, o que elevou o valor de produtos na região em dois dias
Geada atinge 11 cidades e faz preço subir
Lucio Piton/Folha Imagem
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O lavrador José Maria da Silva mostra plantação de couve-flor em sua horta que foi atingida pela geada, ontem, em Ribeirão Preto |
MARCELO TOLEDO
ANGELO SASTRE
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região de Ribeirão Preto voltou a registrar geadas ontem de
madrugada, que atingiram mais
oito cidades, totalizando 11 municípios afetados pelas baixas temperaturas.
Os termômetros no nordeste do
Estado chegaram a ter registros
próximos de 0ºC.
A queda nas temperaturas já está refletindo nos preços de verduras, frutas e legumes, que sofreram aumento de até 888% nos
dois últimos dias.
Pelo segundo dia seguido houve
geada na região. Além de cidades
como Franca, São Carlos e Ribeirão -que já tinham registrado
temperaturas abaixo de 0ºC anteontem-, Araraquara, Barretos,
Taquaritinga, Jaboticabal, Guatapará, Batatais, Barrinha e Altinópolis tiveram geada na zona rural.
As temperaturas de ontem foram 1ºC em São Carlos (anteontem tinha chegado a -1,5ºC, recorde em 15 anos), 2,5ºC em Ribeirão e 4ºC em Franca.
Devido à queda da temperatura,
os albergues tiveram novo aumento na procura. O Cetrem
(Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante) de Ribeirão teve aumento de 50%, enquanto em Franca o Abrigo Provisório teve alta de 100%.
Mesmo com o fato de as temperaturas terem sido superiores às
de anteontem, a geada provocou
nova alta no preço da saca de café.
Negociada no máximo a R$ 155
anteontem, o valor da saca de 60
kg já chegava a R$ 195 ontem.
"Deve passar de R$ 200 amanhã
(hoje), já que as perdas estão sendo grandes", afirmou o diretor da
Cocapec (cooperativa de cafeicultores), Maurício Miarelli.
Para a cooperativa, a geada dos
dois últimos dias já comprometeu
60% da próxima safra.
Entre os legumes a maior alta foi
do chuchu, que no varejo passou
de R$ 0,09 para R$ 0,89. As verduras,
que tiveram uma queda de até
40% na produção, ainda não sofreram reajuste.
Segundo o lavrador José Maria
da Silva, 66, o prejuízo em sua
horta foi incalculável. "A destruição atrapalhou os negócios."
Os preços das hortaliças, frutas
e legumes podem ter reajuste ainda maior até amanhã, já que a
previsão do Cepagri (Centro de
Ensino e Pesquisa de Agricultura)
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é que uma nova massa de ar polar, vinda do Paraguai, chegue ao Estado amanhã.
O efeito deve ser sentido até domingo, segundo o coordenador
Hilton Silveira Pinto.
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