Ribeirão Preto, Quarta-feira, 19 de Julho de 2000


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CLIMA
Temperaturas baixas provocaram perdas na agricultura, o que elevou o valor de produtos na região em dois dias
Geada atinge 11 cidades e faz preço subir

Lucio Piton/Folha Imagem
O lavrador José Maria da Silva mostra plantação de couve-flor em sua horta que foi atingida pela geada, ontem, em Ribeirão Preto


MARCELO TOLEDO
ANGELO SASTRE
DA FOLHA RIBEIRÃO

A região de Ribeirão Preto voltou a registrar geadas ontem de madrugada, que atingiram mais oito cidades, totalizando 11 municípios afetados pelas baixas temperaturas.
Os termômetros no nordeste do Estado chegaram a ter registros próximos de 0ºC.
A queda nas temperaturas já está refletindo nos preços de verduras, frutas e legumes, que sofreram aumento de até 888% nos dois últimos dias.
Pelo segundo dia seguido houve geada na região. Além de cidades como Franca, São Carlos e Ribeirão -que já tinham registrado temperaturas abaixo de 0ºC anteontem-, Araraquara, Barretos, Taquaritinga, Jaboticabal, Guatapará, Batatais, Barrinha e Altinópolis tiveram geada na zona rural.
As temperaturas de ontem foram 1ºC em São Carlos (anteontem tinha chegado a -1,5ºC, recorde em 15 anos), 2,5ºC em Ribeirão e 4ºC em Franca.
Devido à queda da temperatura, os albergues tiveram novo aumento na procura. O Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante) de Ribeirão teve aumento de 50%, enquanto em Franca o Abrigo Provisório teve alta de 100%.
Mesmo com o fato de as temperaturas terem sido superiores às de anteontem, a geada provocou nova alta no preço da saca de café. Negociada no máximo a R$ 155 anteontem, o valor da saca de 60 kg já chegava a R$ 195 ontem. "Deve passar de R$ 200 amanhã (hoje), já que as perdas estão sendo grandes", afirmou o diretor da Cocapec (cooperativa de cafeicultores), Maurício Miarelli.
Para a cooperativa, a geada dos dois últimos dias já comprometeu 60% da próxima safra.
Entre os legumes a maior alta foi do chuchu, que no varejo passou de R$ 0,09 para R$ 0,89. As verduras, que tiveram uma queda de até 40% na produção, ainda não sofreram reajuste.
Segundo o lavrador José Maria da Silva, 66, o prejuízo em sua horta foi incalculável. "A destruição atrapalhou os negócios."
Os preços das hortaliças, frutas e legumes podem ter reajuste ainda maior até amanhã, já que a previsão do Cepagri (Centro de Ensino e Pesquisa de Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é que uma nova massa de ar polar, vinda do Paraguai, chegue ao Estado amanhã.
O efeito deve ser sentido até domingo, segundo o coordenador Hilton Silveira Pinto.


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