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Rock cresceu com a tecnologia, diz João Baroni
DA FOLHA RIBEIRÃO
Membro da geração do rock
brasileiro dos anos 80, o baterista João Baroni, 46, do Paralamas do Sucesso, disse à Folha
que a tecnologia permitiu que o
estilo de música se democratizasse e que surgissem mais
bandas, não dependentes das
gravadoras. A seguir, trechos
da entrevista.
FOLHA - O show em Ribeirão terá
algo da elogiada nova turnê da banda, "Brasil Afora"?
JOÃO BARONI - Não, o show que
vamos fazer aí é o Trio Tons,
um formato gratuito para grandes plateias, com a orquestra e
músicos convidados. Este
evento já aconteceu no ano
passado com outros convidados: Frejat, Nando Reis, Vanessa da Mata. Mas não vou entregar o ouro. É para o pessoal chegar na hora e ver.
FOLHA - Como é tocar com essa
mistura de rock e música clássica?
BARONI - A orquestra tocará
um repertório muito conhecido da história da música clássica. É interessante porque o público adora isso. E eu também
gosto muito de música clássica.
FOLHA - Como foi a escolha dos
convidados, por exemplo, o Toni,
que é muito inspirado no reggae, como vocês?
BARONI - Já tocamos juntos em
outras edições, ele acompanhado da Vanessa da Mata e da Daniela Mercury. Todos sabem
que Paralamas e Cidade Negra
já fizeram muitos shows juntos.
A gente participou do último
DVD do Cidade Negra. Enfim, a
gente bate essa bola com todo o
entrosamento. E a Ana Cañas é
um talento que está despontando, uma nova voz na cena.
FOLHA - Paralamas é um dos ícones dos anos 80. Hoje como está o
rock brasileiro?
BARONI - Acho que o rock brasileiro está muito bem representado e direcionado para o
que virou a música hoje, que é
algo muito amplo. Hoje em dia,
você não tem mais uma demanda daquela forma muito opressiva de consumir, de divulgar a
música, como era naquele formato das gravadoras daquela
época. O que está acontecendo
é a adequação dessa amplitude
que existe hoje de meios de divulgar e lançar música. O rock
brasileiro está indo para o lugar
para o qual ele tem de ir. Hoje
em dia, essa diversidade é muito maior. Aí, de vez em quando,
desponta mais alguém, um
CPM, um Charlie Brown, uma
Pitty. Há uma facilidade de gravar um álbum, você pode fazê-lo no quarto da sua casa. Se na
nossa época era difícil porque o
funil era pequeno, hoje em dia a
coisa é até um pouco mais difícil, porque a diversidade é muito grande, a quantidade de pessoas fazendo música hoje é alta,
democratizou muito. É bom,
porque isso foi algo sonhado
por muita gente na nossa época.
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