Delegado diz que sistema, adotado emergencialmente durante a greve da Polícia Civil, foi aprovado por auto-escolas

Serão distribuídas 200 senhas para pré-cadastro, 300 para exames práticos e cem para agendamento de exames teóricos

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Ribeirão Preto vai adotar de forma permanente o sistema de senhas utilizado emergencialmente para alguns serviços durante parte da greve da Polícia Civil, que durou 60 dias.
Segundo o delegado titular, Adílson Massei, o sistema, aprovado por ele e pelas auto-escolas, deve trazer mais organização ao atendimento para os serviços de preenchimento de pré-cadastro e realização de exames teórico e prático.
A carga de senhas será aumentada em relação ao período de greve. No pré-cadastro, o número dobra de 100 para 200. Para exames práticos, serão 300 previstos por dia. Haverá, ainda, 100 atendimentos por dia para agendamento de exames teóricos, serviço que não tem fila, segundo Massei.
"O sistema diminui o tumulto e organiza o trabalho. Achamos melhor manter porque a procura no fim de ano deve ser grande tanto pela greve quanto pela mudança na legislação, que aumenta o número de aulas obrigatórias a partir de 1º de janeiro", disse o delegado.
O atraso provocado pela greve deve ser sanado pela Ciretran até o fim do mês, segundo Massei. Para isso, funcionários trabalham em forma de plantão. Foram quatro dias com expediente até as 21h na semana passada, procedimento que será repetido nesta semana, até hoje, e na semana que vem.
Para agilizar as provas práticas, a Delegacia Seccional de Ribeirão atendeu ao pedido da Ciretran e "emprestou" quatro policiais com curso específico de inspetor de trânsito, o que dobra o número em dias normais. No período pós-greve, a Ciretran autorizou 300 provas diárias, 100 a mais do que em tempos normais.
As medidas foram aprovadas pela Apaerp (Associação dos Proprietários de Auto-Escolas de Ribeirão Preto). No entanto, as empresas projetam recuperação total dos prejuízos apenas no ano que vem.
"Foi muito tempo sem movimentação de alunos, o que atrasou tudo, já que a Ciretran tem limites. Eu calculo de dois a três meses para sanar o déficit", disse o presidente da associação, Antônio Geraldo.
Algumas auto-escolas, inclusive, já adotaram medidas emergenciais para tentar diminuir o prazo. "Vamos trabalhar até mais tarde também e vamos encurtar a parada de fim de ano", disse José Carlos Junior, da auto-escola Nota 10.
Ontem, segundo dia de trabalho normal na Ciretran depois do período de greve, o movimento foi pelo menos quatro vezes maior, segundo funcionários. A vendedora Vanessa Fernandes, 26, foi prejudicada pela greve duas vezes: tentou tirar documentação de um carro em seu nome e também estava em processo para ter sua primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Em dois dias de funcionamento normal, resolveu os problemas. "Ontem [anteontem] fiz a prova prática e passei. Hoje [ontem], estou na fila para ser atendida pelo documento. Enquanto estava parado, até me ironizaram, dizendo que eu deveria ligar para o governador."


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