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Preço do litro do álcool pode ir a R$ 1,75
Previsão foi feita pelo setor após alta em usinas atingir 6,17% na semana e litro ser vendido a R$ 1,0243, sem impostos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O preço do litro do álcool nos
postos de combustíveis do Estado deve subir na próxima semana entre R$ 0,10 e R$ 0,20,
segundo o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), o que pode fazer o etanol atingir R$ 1,75, em
média, em Ribeirão Preto.
O motivo é a alta do preço do
litro do álcool hidratado -usado nos veículos flex- vendido
pelas usinas, que subiu 6,17% e
foi para R$ 1,0243, sem impostos, de acordo com o Cepea
(Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada) da
Esalq/USP.
"Não compramos ainda álcool nesse preço. Mas se na segunda-feira o preço já estiver
esse nas distribuidoras, aí não
tem como segurar o aumento",
disse Oswaldo Manaia, presidente regional do Sincopetro.
Na cidade, o preço médio do
etanol nos postos é R$ 1,55 e o
da gasolina, R$ 2,55.
Se o valor do álcool ultrapassar 70% do preço da gasolina,
abastecer com etanol deixará
de ser vantajoso. "É a primeira
vez que isso está acontecendo
dessa forma desde o lançamento do carro flex [2003]", disse
Adhemar Altieri, diretor de assuntos corporativos da Unica
(união da indústria da cana).
Para Altieri, porém, a alta deve ser temporária. "Se as usinas
que forem moer na entressafra
e as que começarem a moer antes de abril jogarem mais álcool
no mercado, isso vai afetar o
preço imediatamente."
Segundo a Unica, 40 usinas
das cerca de 430 do país devem
moer cana na entressafra e 140
devem iniciar a próxima safra
em março, em vez de abril.
A
explicação é climática, já que a
chuva impediu a moagem. Como consequência, os estoques
diminuíram, mas a demanda
pelo etanol, assim como a venda de carros flex, se manteve,
pressionando seu preço.
Maurilio Biagi Filho, usineiro e consultor, disse que o desequilíbrio é prejudicial. "Para
baixo é péssimo para quem
produz e, para cima, a gente leva bordoada", disse.
Colaborou JEAN DE SOUZA, da Folha Ribeirão
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