Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preço do litro do álcool pode ir a R$ 1,75

Previsão foi feita pelo setor após alta em usinas atingir 6,17% na semana e litro ser vendido a R$ 1,0243, sem impostos

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O preço do litro do álcool nos postos de combustíveis do Estado deve subir na próxima semana entre R$ 0,10 e R$ 0,20, segundo o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), o que pode fazer o etanol atingir R$ 1,75, em média, em Ribeirão Preto. O motivo é a alta do preço do litro do álcool hidratado -usado nos veículos flex- vendido pelas usinas, que subiu 6,17% e foi para R$ 1,0243, sem impostos, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP.
"Não compramos ainda álcool nesse preço. Mas se na segunda-feira o preço já estiver esse nas distribuidoras, aí não tem como segurar o aumento", disse Oswaldo Manaia, presidente regional do Sincopetro. Na cidade, o preço médio do etanol nos postos é R$ 1,55 e o da gasolina, R$ 2,55.
Se o valor do álcool ultrapassar 70% do preço da gasolina, abastecer com etanol deixará de ser vantajoso. "É a primeira vez que isso está acontecendo dessa forma desde o lançamento do carro flex [2003]", disse Adhemar Altieri, diretor de assuntos corporativos da Unica (união da indústria da cana).
Para Altieri, porém, a alta deve ser temporária. "Se as usinas que forem moer na entressafra e as que começarem a moer antes de abril jogarem mais álcool no mercado, isso vai afetar o preço imediatamente."
Segundo a Unica, 40 usinas das cerca de 430 do país devem moer cana na entressafra e 140 devem iniciar a próxima safra em março, em vez de abril.
A explicação é climática, já que a chuva impediu a moagem. Como consequência, os estoques diminuíram, mas a demanda pelo etanol, assim como a venda de carros flex, se manteve, pressionando seu preço.
Maurilio Biagi Filho, usineiro e consultor, disse que o desequilíbrio é prejudicial. "Para baixo é péssimo para quem produz e, para cima, a gente leva bordoada", disse.

Colaborou JEAN DE SOUZA, da Folha Ribeirão



Texto Anterior: 50 milhões de t de cana ainda estão no pé, diz Unica
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.