Ribeirão Preto, Domingo, 19 de Dezembro de 2010

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Cozinheira e metalúrgico estreiam em aeroporto

Comerciante embarca de bermuda e chinelo para visitar a mãe em Recife

Alagoana aposentada de 70 anos enfrentou atrasos em dois voos, teve de dormir em São Paulo, mas adorou voar

DE RIBEIRÃO PRETO

Auxiliar de limpeza, cozinheira, comerciante, operador de máquinas. Todos pela primeira vez em um terminal de aeroporto. O olhar sem graça que observa o teto imponente do saguão do aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão, também revela um certo nervosismo pela estreia.
Eles viram nas passagens aéreas promocionais a oportunidade de passear, de visitar os parentes mais distantes ou até mesmo de mudar de vida, de cidade.
A cozinheira e cabeleireira Ângela Maria Landim, 40, por exemplo, foi buscar na Bahia um novo rumo. Ela deixou Cravinhos, onde viveu por 25 anos, para morar na região metropolitana de Salvador. Viajou de avião com a "cara e a coragem".
"Comprei uma casinha. Chegando lá, vou trabalhar com cabelo, que é o que eu tenho diploma", disse.
Ângela levou junto os filhos Railander, 14, Harrison, 12, Magaiver 11, e John Marlon, 8. As quatro passagens custaram R$ 1.116. A "mudança" é tudo o que coube em malas e sacolas.
A vendedora Karina Aparecida Pereira, 20, viu pela internet há dois meses a chance de sair de férias com a família. A primeira passagem comprou por R$ 49.
"Cada vez que eu entrava de novo no site, ia subindo o preço, então precisei correr." Ela já tinha voado antes, mas, graças à promoção, é a primeira vez que viaja com o noivo, a tia e as primas -ao todo, são nove pessoas.
De bermuda e chinelo, como está acostumado a andar, o comerciante José Batista Xavier, 47, preparava-se na última quinta-feira para visitar a terra natal, Recife (PE). Dessa vez, ia de avião porque a mãe está doente. "Faz quatro anos que fui, mas de ônibus. Demorei três dias para chegar", contou.
O metalúrgico Manoel Antônio dos Santos Neto, 40, que mora em Jardinópolis, iria voar pela primeira vez na terça-feira. Com o filho, embarcou para Salvador (BA). As passagens custaram R$ 1.210. "De ônibus seria uns R$ 230 cada um, mas compensa ir de avião porque é muito mais confortável."
Mesmo de avião, a alagoana Francisca da Silva, 70, enfrentou uma maratona para visitar a filha em Ribeirão. Houve atraso no primeiro voo de Maceió (AL) para Brasília e no segundo, para São Paulo. A aposentada de Santana do Mandaú precisou dormir em um hotel na capital paulista e embarcar cedinho para chegar a Ribeirão.
Mas, mesmo com os transtornos, a viagem valeu a pena, segundo Carmelita.
"Nunca viajei pra canto nenhum. Aí, de repente, peguei três voos. Eu tinha o maior medo da vida de entrar em um avião. A gente vê tanta coisa na TV. Mas gostei de voar."(JULIANA COISSI)


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