da Folha Ribeirão

O estudante Júlio César Marcondes, 16, foi morto na tarde de anteontem com um tiro na cabeça causado por um disparo acidental.
Dois outros adolescentes, ambos amigos da vítima, assumiram a autoria do crime e estão sendo investigados pela polícia.
O crime ocorreu às 15h20 na rua Padre Manoel Bernardes, no Parque Ribeirão (região oeste da cidade). De acordo com testemunhas, Marcondes estava com vários adolescentes dentro de uma casa onde morava um traficante preso. A casa atualmente está abandonada.
Uma das testemunhas, que não teve o seu nome divulgado pela polícia, afirmou em depoimento que M.P.C., 17, pegou um revólver e, acidentalmente, acertou um tiro na cabeça de Marcondes.
Logo em seguida, segundo a testemunha, o suspeito saiu correndo para fora da casa muito nervoso. Pessoas que moravam no bairro ouviram o tiro e cercaram M.P.C., que, de acordo com a polícia, foi agredido com um chute na boca por um primo da vítima.
Outras pessoas também tentaram agredir o suspeito, mas a presença da polícia no local fez com que o tumulto cessasse.
Marcondes ainda foi levado com vida para o Pronto-Socorro Central por uma ambulância, mas não resistiu e acabou morrendo.
Ainda durante o tumulto, um segundo adolescente, D.R.B., 15, foi capturado pela polícia com a arma que matou Marcondes. Ele também assumiu a autoria do crime perante os policiais.
Os dois suspeitos foram levados para o 6º Distrito Policial, onde foram interrogados pelo delegado José Gonçalves Neto.
No depoimento à polícia, os suspeitos afirmaram que não tiveram a intenção de matar a vítima e que não houve nenhuma briga ou discussão antes do disparo.
"Os dois adolescentes assumiram o disparo e disseram que foi acidental. Um deles, M.P.C., confirmou que foi agredido por um parente da vítima, mas não quis que fosse aberto inquérito para apurar o caso", disse o delegado.
Segundo ele, foi apreendido no local junto com um dos adolescentes o revólver calibre 38 com cinco cartuchos intactos e um deflagrado, que, provavelmente, foi usado no disparo que matou a vítima.
"O crime foi registrado como homicídio culposo, pois os suspeitos disseram que o tiro foi acidental, mas estamos fazendo várias investigações para que a verdadeira autoria do caso possa ser esclarecida, uma vez que existem dois suspeitos", disse Gonçalves Neto.
Segundo o delegado, foi solicitado exame residuográfico dos dois jovens para saber quem realmente estava com a arma.
Depois dos depoimentos, os dois adolescentes foram levados para a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).



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