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Região corta 25 mil empregos em dezembro
Foi o pior desempenho da década nas dez maiores cidades; saldo no acumulado de 2008 foi positivo, mas inferior a 2007
Franca, que demitiu 11 mil a mais do que contratou, sendo 9.974 apenas na indústria, liderou ranking, seguida por Araraquara
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mais de 25 mil postos de trabalho com carteira assinada foram cortados nas dez maiores
cidades da região de Ribeirão
Preto no mês passado, o pior
desempenho da década, segundo o levantamento divulgado
ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Desde 2000, quando a contagem passou a ser feita mensalmente, o mês de dezembro não
havia tido um resultado tão baixo (veja quadro nesta página).
A indústria foi a grande vilã: das
25.368 vagas eliminadas, 16.142
foram na indústria -o equivalente a 63,3% do total.
O agravamento da crise mundial desde novembro, segundo
o Ciesp (Centro das Indústrias
no Estado de São Paulo), sindicatos e empresários, contribuiu
para que o desempenho da indústria também fosse negativo
quando considerado todo o ano
de 2008: queda de 847 vagas.
Considerando todos os setores, o ano de 2008 teve um saldo positivo de vagas -16.845-,
mas apresentou uma redução
de 42% em relação a 2007.
Franca teve o pior desempenho da região, com um saldo
negativo de 11.101 postos de trabalho em dezembro. Em todo o
Brasil, foi o terceiro município
que mais cortou vagas, atrás
apenas de São Paulo e Manaus.
A indústria, que se resume basicamente ao setor calçadista,
foi a grande responsável pelo
tropeço: 9.974 cortes.
"Os empresários não manteriam seu quadro fixo de funcionários sem saber o que vinha
pela frente. É a lógica do lucro.
Mas a situação ainda não é alarmante, só vamos saber como
Franca foi atingida após março", disse Paulo Afonso Ribeiro,
presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias
de Calçados de Franca.
Em Sertãozinho, que concentra a indústria do setor sucroalcooleiro, e Araraquara, o
tropeço do setor também foi
grande em dezembro: saldo negativo de, respectivamente,
1.376 e 2.534 vagas.
"No momento, ser otimista é
perigoso e ser pessimista, desastroso. O principal problema
foi a redução das exportações,
motivada pelo cancelamento
de pedidos. Acreditamos que
este primeiro trimestre não terá um bom desempenho", disse
Eneida Miranda de Toledo, diretora do Ciesp de Araraquara.
Segundo Fabiano Guimarães, gerente do Ciesp de Ribeirão, dezembro é um período de
poucas contratações. Mas a crise agravou a situação. "O primeiro sinal de uma crise é o patrão demitir funcionários."
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