Ribeirão Preto, Quinta-feira, 20 de Maio de 2010

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Pacientes esperam três horas por consulta no pós-greve

Médicos encerraram paralisação, mas ontem houve filas nas unidades de saúde


Sindicato dos Médicos, que quer alta de R$ 4.000, reafirma que protesto da categoria vai se repetir na segunda e terça-feira

Edson Silva/Folha Imagem
Pacientes aguardam por atendimento médico na UBDS do Quintino Facci 2, na manhã de ontem

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os médicos da rede municipal de saúde de Ribeirão Preto encerraram a paralisação ocorrida segunda e terça, mas nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) as reclamações de pacientes sobre a demora no atendimento continuaram ontem. Alguns deles reclamaram de permanecer até três horas em espera.
Na segunda e na terça, os médicos colocaram em prática um sistema de triagem de pacientes e priorizaram o atendimento aos casos urgentes. A medida foi tomada pelos profissionais como forma de protesto por melhores condições, principalmente aumento salarial.
Ontem, os atendimentos a consultas agendadas voltaram a ocorrer. Em duas UBDSs visitadas de manhã pela Folha, apesar de funcionários afirmarem que o movimento era considerado o mesmo que o de um dia normal, pacientes reclamavam de demora.
Na UBDS da Vila Virgínia, a pensionista Luci Inês Celovécio Peracine, 61, já aguardava havia cerca de três horas com uma inflamação no polegar da mão direita. "Eu vim aqui ontem [terça], mas não tinha médico. Hoje [ontem] eu cheguei às 7h e ainda não fui atendida."
Na UBDS do Quintino Facci 2, mais reclamações. O aposentado Deodato Alves da Silva, 75, disse que desistiu de buscar atendimento médico na terça por causa da paralisação. Ele deixou para ontem, mas já esperava na fila havia uma hora. "Ontem [terça] eu não vim e tomei comprimido em casa, mas não resolveu", disse ele, com dores no peito e nas costas.
A Secretaria da Saúde informou que acompanhou a situação das unidades durante todo o dia e que as consultas não realizadas durante o protesto já foram reagendadas.
Já o presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) em Ribeirão, Marco Aurélio de Almeida, reafirmou ontem que a paralisação deve voltar a ocorrer nas próximas segunda e terça -os médicos prometem entrar em greve a partir de 1º de junho se o impasse não for solucionado.
Os médicos reclamam principalmente do salário-base de R$ 2.300 e pleiteiam R$ 4.000 a mais. Segundo Almeida, eles também prometem parar as horas extras, o que, diz, vai evidenciar ainda mais a falta de profissionais. "A prefeitura quer pagar para ver se o sindicato presta para alguma coisa, então nós vamos mostrar."


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