Ribeirão Preto, Domingo, 20 de Setembro de 2009

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Centro estrangeiro tenta manter tradições

Entidades se organizam para atrair descendentes e celebrar sua cultura; há quatro associações do gênero em Ribeirão

Centro Sírio-Libanês, inativo por 15 anos, quer fazer censo e ensinar árabe; sociedade italiana oferece teatro para jovens

DA FOLHA RIBEIRÃO

A culinária, a dança, a música e a literatura típicas de algumas culturas sobrevivem em Ribeirão Preto por meio de centros e associações culturais. Algumas, porém, tentam se reorganizar e criar eventos aos jovens a fim de não deixar esquecida uma herança de gerações.
Existem pelo menos quatro entidades em Ribeirão criadas por imigrantes da cidade. Fundado em 1928, o Clube Sírio-Libanês de Ribeirão Preto caiu no esquecimento durante 15 anos. Há três anos, porém, foi reativado. O mais famoso evento do clube é a "Noite Sírio-Libanesa" -a terceira edição aconteceria ontem.
O presidente, Omar Nahan, disse não saber quantos são os descendentes e a intenção é fazer um censo dos árabes. "Estamos agora reerguendo o clube, ressurgindo mesmo das cinzas." A associação vai construir uma sede no ano que vem e ensinar a língua e, no futuro, um centro internacional para diversos povos com descendentes na região. Os sírios-libaneses pretendem atingir o sucesso alcançado pelos japoneses (leia texto nesta página).
Fundada pelos imigrantes italianos, a Societá Dante Alighieri de Ribeirão Preto comemora seu centenário no ano que vem. Atualmente, mantém 220 famílias sócias.
A entidade oferece aos seus sócios aulas de italiano e de danças folclóricas. Entre as novidades estão cursos de teatro, que atrai os jovens. "Eles voltaram a ter um interesse grande", afirmou a diretora-secretária da entidade, Marilena Sartore.
A culinária, traço cultural mais famoso da Itália, é celebrada pela entidade na Festitalia -a edição de 2009 acaba hoje, na Igreja Santa Terezinha.
Mais discretos, os judeus também possuem uma representação em Ribeirão Preto.
A Congregação Israelita Ortodoxa Melech Davi, criada há nove anos, possui atualmente 35 judeus, que se reúnem esporadicamente -a última foi um jantar no final do ano passado. Um dos desafios de se organizarem é a falta de uma sinagoga, o templo para orações.
Existe um projeto ousado que prevê construir uma sinagoga, uma biblioteca pública, uma escola judaica e um centro empresarial.
De acordo com o presidente da congregação, Cleber Polverel, 46, a entidade espera por financiamento para a construção de sinagogas de um fundo mundial que funciona em Nova York (EUA).
(JULIANA COISSI)


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