Ribeirão Preto, Terça-feira, 20 de Setembro de 2011

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Após mortes, São Carlos veta Corso no próximo ano

Evento que abre festa universitária foi proibido pela prefeitura em 2012

Um estudante morreu atropelado na última quinta-feira; no ano passado, outro já havia sido encontrado morto

Ivan Moreira - 15.set.2011/"São Carlos Agora"
Universitários durante o percurso do Corso, evento de abertura da Tusca, em São Carlos

> ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

O evento ligado a pelo menos uma das duas mortes relacionadas à Tusca (Taça Universitária de São Carlos) neste ano não vai acontecer nas ruas de São Carlos em 2012.
Oswaldo Barba (PT), prefeito da cidade, proibiu a realização do Corso, uma espécie de micareta que, havia 32 anos, vinha abrindo os jogos da Tusca em uma peregrinação com trio elétrico e muita bebida pelas ruas da cidade. "Não podemos continuar com eventos que potencializam [a ocorrência de] acidentes decorrentes de consumo de álcool", disse o prefeito. Barba disse que não vai publicar lei ou decreto contra o Corso, mas afirmou que a edição do ano que vem não será liberada pela prefeitura.
A Tusca tem como objetivo principal promover torneios esportivos organizados pelas atléticas da USP (Universidade de São Paulo) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Quando reitor da UFSCar, Barba já havia proibido, em 2004, que o cortejo terminasse dentro do campus da universidade -o trajeto original incluía saída da USP e chegada na Federal.
"[Proibi] Pela questão de o evento não ter controle nenhum, associado ao consumo excessivo de álcool dentro do espaço universitário. Lá, não cabia isso", disse.
No ano passado, a prefeitura, a organização do evento e os responsáveis pela segurança na cidade propuseram alterações para o Corso. O trajeto, por exemplo, foi mudado para desviar de acidentes geográficos, como rios. Em 2010, o estudante universitário Ricardo Mitsuo Iwahashi, 21, foi encontrado morto dentro de um córrego perto do percurso.
"[Desde então] Todos os esforços foram feitos para melhorar a segurança, mas nossos aparatos têm se mostrado insuficientes para o porte do evento", disse Barba.
As mudanças não foram suficientes para evitar a morte neste ano de Bruno Cristiano de Oliveira, 23, que caiu e foi atropelado por um caminhão que vendia cervejas.
Barba disse, no entanto, que não vai adotar medidas contra a realização de outros eventos da Tusca na cidade, como os torneios esportivos e as festas em locais fechados.
Ele espera, porém, que a organização da Tusca estude maneiras de coibir o consumo excessivo de álcool, o que diminuiria a insegurança.
No sábado, Rosa Buzzo Zuccolotto, 82, morreu atropelada por um jovem que dirigia "com sinais de embriaguez", de acordo com a polícia, quando saía de uma das festas da Tusca.
Para Barba, o fato propõe reflexão sobre infração à lei, consumo de álcool e direção.


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