No 1º semestre, 92.165 multas foram aplicadas em Ribeirão ante as 56.658 de janeiro a junho do ano passado

Superintendente da Transerp afirma que o aumento se deve à contratação de mais 24 agentes de trânsito

Edson Silva/Folhapress

Agente de trânsito opera radar móvel na avenida Mogiana, na zona norte de Ribeirão; cidade tem três radares móveis

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

O nº de multas de trânsito aplicadas aos motoristas em Ribeirão no 1º semestre deste ano foi 62,6% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.), foram registradas 92.165 multas nos seis primeiros meses de 2010 ante 56.658 no mesmo período do ano passado. A arrecadação também subiu, mas em ritmo menor (ver quadro).
É a primeira vez no governo Dárcy Vera (DEM) que a quantidade de multas cresce. No ano passado, o número havia caído em relação ao primeiro semestre de 2008: de 79.777 para 56.658.
Assim que assumiu a prefeitura, Dárcy afirmou que era contra os radares móveis porque eles induziam à "indústria da multa". Ela dizia que iria trocar os equipamentos por modelos fixos. No entanto, apenas dois fixos foram implantados -ambos na av. Celso Charuri.
O superintendente da Transerp, William Latuf, afirmou que o aumento das autuações se deve à contratação de mais 24 agentes de trânsito -agora são 48.
"Não podemos esquecer que as multas são proporcionais ao desrespeito dos motoristas às leis de trânsito."
De acordo com Latuf, 55% das autuações foram feitas por agentes civis ou militares e os outros 45% por meio dos radares móveis e fixos.
"Estamos apenas cumprindo a nossa competência. Uma coisa é o número de infrações cometidas pelos motoristas e outra é o de autuações. Infelizmente, a quantidades de irregularidades é muito maior do que a que conseguimos flagrar."
Desde seu processo de licitação, em 2006, os radares geram polêmica. Em 2007, a Câmara criou uma CEE para investigar excesso de multas.
Dados da Transerp mostram que a infração mais cometida pelos motoristas da cidade ainda é o excesso de velocidade, que só pode ser flagrada pelos radares.
Para o especialista em transportes Creso Peixoto, o excesso de velocidade deve ser combatido porque é um dos principais fatores que agravam um acidente. Por outro lado, diz, eles devem ser salva-vidas e não simples captadores financeiros.


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