|
Próximo Texto | Índice
Prédio e acervo de academia pedem socorro
Nem membros sabem há quanto tempo a Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, fundada por Cione, está abandonada
Entidade está sem presidente; Ministério Público diz que aguarda tombamento definitivo do prédio para poder agir
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Livros, quadros, retratos e
documentos jogados no chão,
paredes com infiltração, forro
com cupins, mato alto no jardim, sujeira por todo o lado. Essa é a situação do prédio da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, fundada pelo escritor, jornalista, advogado e
historiador Rubem Cione, que
morreu em 2007, aos 89 anos.
O imóvel, construído no início do século 19, fica ao lado da
mais antiga igreja de Ribeirão
Preto, a Santo Antonio Pão dos
Pobres, nos Campos Elíseos.
Nem os membros da academia sabem dizer há quanto
tempo o imóvel e o acervo estão
abandonados. De acordo com
José Arnaldo Vianna Cione, filho do fundador, e também
membro da ARLJ, o prédio deixou de ser frequentado alguns
anos antes de seu pai morrer.
A área externa da casa foi totalmente depredada. Segundo
o padre Gilberto Kasper, que fica na igreja ao lado, o local foi
invadido por usuários de drogas e mendigos. "Parte do acervo que está em um cômodo da
área externa foi destruído.
Quadros, livros, documentos,
retratos e quadros estão perdidos", disse Kasper.
A academia está sem presidente e os membros não se reúnem mais. De acordo com o último ocupante do cargo, José
Carlos Barbosa -cujo mandato
expirou em novembro deste
ano-, o prédio começou a ser
deixado de lado por ser muito
velho. "Tinha vários problemas, e não tínhamos dinheiro
para manter tudo em ordem."
Passando a responsabilidade
para o filho de Rubem Cione,
Barbosa disse que comunicou o
abandono ao Ministério Público e não tem mais nada a ver
com o prédio.
O promotor Sebastião Donizeti Lopes disse que vai tentar
articular com o poder público e
ou privado a restauração do
imóvel. "Aguardamos apenas o
tombamento definitivo do prédio para começar a agir.
Adriana Silva, secretária da
Cultura, disse que está fora do
alcance de sua pasta fazer algo.
"Poderia ser feito um centro
cultural maravilhoso, o lugar
tem história. Mas depende dos
atuais responsáveis apresentar
algum tipo de projeto."
Próximo Texto: Herdeira de casarão deixa imóvel sob a guarda de advogado Índice
|