Ribeirão Preto, Domingo, 20 de Dezembro de 2009

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Prédio e acervo de academia pedem socorro

Nem membros sabem há quanto tempo a Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, fundada por Cione, está abandonada

Entidade está sem presidente; Ministério Público diz que aguarda tombamento definitivo do prédio para poder agir

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Livros, quadros, retratos e documentos jogados no chão, paredes com infiltração, forro com cupins, mato alto no jardim, sujeira por todo o lado. Essa é a situação do prédio da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, fundada pelo escritor, jornalista, advogado e historiador Rubem Cione, que morreu em 2007, aos 89 anos.
O imóvel, construído no início do século 19, fica ao lado da mais antiga igreja de Ribeirão Preto, a Santo Antonio Pão dos Pobres, nos Campos Elíseos.
Nem os membros da academia sabem dizer há quanto tempo o imóvel e o acervo estão abandonados. De acordo com José Arnaldo Vianna Cione, filho do fundador, e também membro da ARLJ, o prédio deixou de ser frequentado alguns anos antes de seu pai morrer.
A área externa da casa foi totalmente depredada. Segundo o padre Gilberto Kasper, que fica na igreja ao lado, o local foi invadido por usuários de drogas e mendigos. "Parte do acervo que está em um cômodo da área externa foi destruído. Quadros, livros, documentos, retratos e quadros estão perdidos", disse Kasper.
A academia está sem presidente e os membros não se reúnem mais. De acordo com o último ocupante do cargo, José Carlos Barbosa -cujo mandato expirou em novembro deste ano-, o prédio começou a ser deixado de lado por ser muito velho. "Tinha vários problemas, e não tínhamos dinheiro para manter tudo em ordem."
Passando a responsabilidade para o filho de Rubem Cione, Barbosa disse que comunicou o abandono ao Ministério Público e não tem mais nada a ver com o prédio.
O promotor Sebastião Donizeti Lopes disse que vai tentar articular com o poder público e ou privado a restauração do imóvel. "Aguardamos apenas o tombamento definitivo do prédio para começar a agir.
Adriana Silva, secretária da Cultura, disse que está fora do alcance de sua pasta fazer algo. "Poderia ser feito um centro cultural maravilhoso, o lugar tem história. Mas depende dos atuais responsáveis apresentar algum tipo de projeto."

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