Ribeirão Preto, Domingo, 20 de Dezembro de 2009

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Área de plantio de cana cresce menos nesta safra

Área total cultivada nas 89 cidades da região atingiu 1,806 milhão de hectares

Aumento em relação à safra passada é de 2,93%; faltou crédito para os produtores investirem na formação dos canaviais

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A área de plantio da cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto voltou a crescer na safra 2009/10, mas em ritmo bem menor que nos anos anteriores. Na safra atual, a área total cultivada nas 89 cidades da região atingiu 1,806 milhão de hectares, ante 1,754 milhão na anterior -aumento de 2,93%.
Porém, quando são avaliadas apenas as áreas de expansão, aquelas em que há plantio de cana pela primeira vez ou que foram usadas para outras culturas em duas ou mais safras, os números são negativos.
Na safra 2008/09, as 89 cidades da região acumularam 143 mil hectares de cana plantada em áreas de expansão. O número caiu para 42,9 mil hectares na atual, um recuo de 69,9%.
Os dados são do Canasat, projeto desenvolvido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que usa satélites para monitorar as áreas plantadas desde 2003.
Segundo o geógrafo do Inpe Daniel Alves de Aguiar, que participa do projeto há cinco anos, a redução na expansão de novos canaviais não é uma exclusividade da região. Para ele, a freada foi sentida no Estado e em outras regiões do país.
No caso de SP, a área cultivada de cana atingiu 5,2 milhões de hectares nesta safra, um aumento de 7,56% ante à passada.
Nas safras anteriores, o avanço dos canaviais havia sido bem maior, de 12,6% da safra 2007/ 08 para 2008/09, e de 15% de 2006/07 para 2007/08. A falta de crédito na safra atual foi um dos motivos para a desaceleração, pois muitos produtores não conseguiram ampliar ou expandir os canaviais.
"As duas safras passadas (2007 e 2008) foram difíceis para o produtor, pois foram dois anos de remuneração baixa. Então houve uma racionalização devido aos custos", disse Gustavo de Almeida Nogueira, gerente do departamento técnico da Canaoeste (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).
No caso específico da região de Ribeirão, outro fator é a falta de espaço para a expansão dos canaviais. "Como é uma região mais tradicional que cultiva cana há muito mais tempo, já nem tem mais tanta área disponível para expansão, está próximo de saturar", disse Aguiar.
Um exemplo é Morro Agudo, principal produtor de cana da região, onde a área cultivada de 106,2 mil hectares da atual safra foi a mesma da anterior.

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