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Área de plantio de cana cresce menos nesta safra
Área total cultivada nas 89 cidades da região atingiu 1,806 milhão de hectares
Aumento em relação à
safra passada é de 2,93%;
faltou crédito para os produtores investirem na formação dos canaviais
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A área de plantio da cana-de-açúcar na região de Ribeirão
Preto voltou a crescer na safra
2009/10, mas em ritmo bem
menor que nos anos anteriores.
Na safra atual, a área total cultivada nas 89 cidades da região
atingiu 1,806 milhão de hectares, ante 1,754 milhão na anterior -aumento de 2,93%.
Porém, quando são avaliadas
apenas as áreas de expansão,
aquelas em que há plantio de
cana pela primeira vez ou que
foram usadas para outras culturas em duas ou mais safras, os
números são negativos.
Na safra 2008/09, as 89 cidades da região acumularam 143
mil hectares de cana plantada
em áreas de expansão. O número caiu para 42,9 mil hectares
na atual, um recuo de 69,9%.
Os dados são do Canasat,
projeto desenvolvido pelo Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que usa satélites
para monitorar as áreas plantadas desde 2003.
Segundo o geógrafo do Inpe
Daniel Alves de Aguiar, que
participa do projeto há cinco
anos, a redução na expansão de
novos canaviais não é uma exclusividade da região. Para ele,
a freada foi sentida no Estado e
em outras regiões do país.
No caso de SP, a área cultivada de cana atingiu 5,2 milhões
de hectares nesta safra, um aumento de 7,56% ante à passada.
Nas safras anteriores, o avanço dos canaviais havia sido bem
maior, de 12,6% da safra 2007/
08 para 2008/09, e de 15% de
2006/07 para 2007/08. A falta
de crédito na safra atual foi um
dos motivos para a desaceleração, pois muitos produtores
não conseguiram ampliar ou
expandir os canaviais.
"As duas safras passadas
(2007 e 2008) foram difíceis
para o produtor, pois foram
dois anos de remuneração baixa. Então houve uma racionalização devido aos custos", disse
Gustavo de Almeida Nogueira,
gerente do departamento técnico da Canaoeste (Cooperativa dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo).
No caso específico da região
de Ribeirão, outro fator é a falta
de espaço para a expansão dos
canaviais. "Como é uma região
mais tradicional que cultiva cana há muito mais tempo, já
nem tem mais tanta área disponível para expansão, está próximo de saturar", disse Aguiar.
Um exemplo é Morro Agudo,
principal produtor de cana da
região, onde a área cultivada de
106,2 mil hectares da atual safra foi a mesma da anterior.
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