Ribeirão Preto, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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ESPORTE SOCIAL
Programa de escola de Ribeirão trabalha com 630 meninos, incluindo garotos que se envolveram com o tráfico de drogas
Futebol e vôlei tiram crianças da rua

free-lance para a Folha Ribeirão

Ribeirão Preto implantou um projeto -com apoio de ONGs (Organizações Não-governamentais)- de incentivo à prática esportiva, como futebol e vôlei.
O programa Dê Bola Para as Crianças já tirou garotos envolvidos com o tráfico de drogas das ruas e possibilita nova aprendizagem a essas crianças.
No total, são atendidos 630 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 13 anos, e que moram em bairros periféricos de Ribeirão, como Progresso, Novo Mundo, Marchesi, Orestes Lopes de Camargo, Parque Ribeirão Preto e Piratininga.
O grupo treina de sexta-feira a domingo na escola Soccer Club, na região central da cidade.
O local é utilizado de segunda a quinta como uma escola de esportes para as crianças e, no fim-de-semana, o espaço é destinado para o projeto.
É uma oportunidade rara de se ver crianças de bairros periféricos desenvolvendo atividades ao lado de outras de famílias com poder aquisitivo alto, como filhos de usineiros e médicos da cidade, que frequentam as aulas no local.
No total, 32 empresas de Ribeirão estão bancando o projeto. Cada atleta "custa" R$ 13 por mês às empresas de Ribeirão.
O projeto tem o incentivo da fundação Abrinq e do Instituto Ayrton Senna.
Para participar das aulas, os alunos devem comprovar a frequência de aulas em suas respectivas escolas.
As crianças participam de atividades esportivas, de recreação e recebem acompanhamento de fisioterapeutas, ortopedistas, psicólogas e assistentes sociais.
A recuperação de crianças antes consideradas "perdidas" é um dos pontos chaves do projeto, segundo a direção da escola.
Jovens que tiveram envolvimento com narcotráfico estão participando das aulas e sendo recuperados, segundo a direção da escola. O total de crianças consideradas problemáticas não foi divulgado pela fundação que administra o projeto.

Justiça
O programa tem ainda o apoio da Vara e da Promotoria da Infância e da Juventude de Ribeirão, mas, apesar dos incentivos e dos apoios, o projeto registrou algumas baixas desde agosto, quando começou a funcionar (leia texto nesta página).
Segundo o diretor da escola, Eduardo Zanello de Paula e Silva, 35, o objetivo é fazer com que o projeto se desenvolva ainda mais. "Dar comida sem educação é como dar ração. As crianças precisam de educação", afirmou.
Apesar de o projeto estar obtendo o sucesso desejado pela escola e pelas empresas, das 630 crianças atendidas, cem estão sem "patrocinadores", à espera de empresas interessadas. (MARCELO TOLE DO)


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