Ribeirão Preto, Sábado, 21 de Maio de 2011

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Caderno é pista para polícia de Franca

Anotações eram de jovens suspeitos de assaltarem casas de alto padrão

De acordo com a DIG, exame grafotécnico comprovou que letra utilizada é de um dos integrantes do grupo


DE RIBEIRÃO PRETO

Um caderno supostamente usado para contabilizar valores é mais uma pista da Polícia Civil para o caso do suposto grupo de jovens de Franca que praticava furtos a casas de alto padrão.
De acordo com o delegado Márcio Murari, do DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o caderno foi encontrado no apartamento que a polícia suspeita ter sido usado pelos jovens como depósito dos objetos furtados.
"Havia nomes e valores com a indicação de "a receber" e "a pagar". Estamos investigando quem são essas pessoas que tiveram os nomes relacionados ali", diz.
Na versão da polícia, cinco jovens de classe média, com idades entre 19 e 25 anos, se aproximavam das vítimas frequentando os mesmos lugares que elas -como baladas e outras festas- para realizar os furtos.
Segundo Murari, o exame grafotécnico, divulgado anteontem, comprovou que a letra no caderno de anotações é de Leonardo Engler Pugliesi, 19, preso sob suspeita de comandar o grupo.
A polícia ainda apura qual era a finalidade das anotações. Para Murari, no entanto, há indícios de que o caderno fosse um controle de compra e venda de drogas.
Segundo o delegado, as investigações apontam que o os objetos furtados em Franca eram trocados por drogas em Ribeirão Preto e vendidos no apartamento usado pelo grupo. "Há suspeitas de que o receptador [dos furtos] e o fornecedor [das drogas] seja de Ribeirão", diz.
Murari diz que o apartamento não estava alugado em nome dos jovens.
Segundo as investigações, João Paulo Limírio, 25, que também está preso, foi até uma imobiliária com intuito de alugar um imóvel.
"Há registros do nome de Limírio na imobiliária como alguém que pegou a chave para visitar o apartamento. Suspeitamos que tenha feito cópia e invadido [o local]", afirmou o delegado.
Além de Leonardo e Limírio, Rafael Rossin, 20, também está preso. Já Tiago Engler Pugliesi, 24, e Guilherme Rodrigues Alves, 21, estão foragidos.
Os irmãos Leonardo e Tiago são parentes distantes -sobrinho-neto- do deputado estadual Roberto Engler (PSDB), que não quis se manifestar sobre o caso.
A polícia não divulga o nome das vítimas. A reportagem confirmou, porém, que um dirigente do Magazine Luiza está entre elas.
Segundo a DIG, os objetos furtados das casas apenas no feriado da Páscoa -entre joias, eletrônicos e automóveis- somam R$ 1 milhão.
Advogados contratados pelas famílias dos suspeitos negaram o envolvimento dos jovens nos crimes.
(ELIDA OLIVEIRA)


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