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Só 9 mulheres da região são candidatas neste ano
Nº representa menos de 10% dos candidatos, metade do índice do Estado
Especialista afirma que conservadorismo e falta de lideranças capazes de atrair votos explicam pequena participação
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A participação das mulheres na política é pequena no
Estado e menor ainda na região. Enquanto no Estado as
candidaturas femininas representam 19,84% do total,
nas cidades da região de Ribeirão Preto menos de 10%
(exatos 9,89%) dos candidatos são mulheres.
Dos 91 que disputam vagas de deputados federais e
estaduais, apenas nove são
mulheres. No Estado, são 613
candidatas para um total de
3.089 concorrentes.
Para a cientista política da
USP e professora da UFSCar
Maria do Socorro Sousa Braga, conservadorismo e falta
de lideranças capazes de
atrair votos no interior explicam a baixa participação das
mulheres da região.
"Em geral, elas são mais
conservadoras, ainda mais
no interior, onde muitas vão
ser donas de casa. É difícil
haver aquela dedicação ou
interesse para disputar cargos públicos eletivos."
Souza Braga trabalha com
recrutamento partidário e
disse que os candidatos, homens ou mulheres, têm de
oferecer votos ao partidos ou
ao menos serem potenciais
"puxadores de votos".
Diante da exigência, segundo a professora, as pessoas com mais chances de
aceitação pelos partidos são
aquelas que desempenham
liderança popular ou pertencem a famílias de políticos
tradicionais.
As três mulheres da região
que têm mandato e são candidatas neste ano afirmaram
que o envolvimento feminino na vida política tem melhorado, mas ainda depende
de mais conscientização.
"A participação das mulheres poderia ser muito
maior. A sensibilidade feminina pode ajudar muito na
política", disse a deputada
federal Luciana Costa (PR).
Para a vereadora e delegada de Franca Graciela Ambrósio (PP), "é um processo
que está no início".
A atleta e vereadora de
Sertãozinho Maria Zeferina
Baldaia (PSDB) afirmou que
as mulheres começam a
"amadurecer" para a política, mas ainda precisam se filiar a partidos e "se enturmar" no meio político.
LEI
Por lei, os partidos devem
preencher suas chapas com
mínimo de 30% e máximo de
70% para cada sexo. Segundo o TRE (Tribunal Regional
Eleitoral), essa regra será observada no momento da análise das candidaturas.
Os partidos terão até 60
dias antes da votação de 3 de
outubro para completar as
cotas de gênero, mas não há
punição prevista para as legendas que não alcançarem
os percentuais. Isso dependerá da análise da Justiça.
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