Ribeirão Preto, Quarta-feira, 21 de Julho de 2010

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Só 9 mulheres da região são candidatas neste ano

Nº representa menos de 10% dos candidatos, metade do índice do Estado

Especialista afirma que conservadorismo e falta de lideranças capazes de atrair votos explicam pequena participação


ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A participação das mulheres na política é pequena no Estado e menor ainda na região. Enquanto no Estado as candidaturas femininas representam 19,84% do total, nas cidades da região de Ribeirão Preto menos de 10% (exatos 9,89%) dos candidatos são mulheres.
Dos 91 que disputam vagas de deputados federais e estaduais, apenas nove são mulheres. No Estado, são 613 candidatas para um total de 3.089 concorrentes.
Para a cientista política da USP e professora da UFSCar Maria do Socorro Sousa Braga, conservadorismo e falta de lideranças capazes de atrair votos no interior explicam a baixa participação das mulheres da região.
"Em geral, elas são mais conservadoras, ainda mais no interior, onde muitas vão ser donas de casa. É difícil haver aquela dedicação ou interesse para disputar cargos públicos eletivos."
Souza Braga trabalha com recrutamento partidário e disse que os candidatos, homens ou mulheres, têm de oferecer votos ao partidos ou ao menos serem potenciais "puxadores de votos".
Diante da exigência, segundo a professora, as pessoas com mais chances de aceitação pelos partidos são aquelas que desempenham liderança popular ou pertencem a famílias de políticos tradicionais.
As três mulheres da região que têm mandato e são candidatas neste ano afirmaram que o envolvimento feminino na vida política tem melhorado, mas ainda depende de mais conscientização.
"A participação das mulheres poderia ser muito maior. A sensibilidade feminina pode ajudar muito na política", disse a deputada federal Luciana Costa (PR).
Para a vereadora e delegada de Franca Graciela Ambrósio (PP), "é um processo que está no início".
A atleta e vereadora de Sertãozinho Maria Zeferina Baldaia (PSDB) afirmou que as mulheres começam a "amadurecer" para a política, mas ainda precisam se filiar a partidos e "se enturmar" no meio político.

LEI
Por lei, os partidos devem preencher suas chapas com mínimo de 30% e máximo de 70% para cada sexo. Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), essa regra será observada no momento da análise das candidaturas.
Os partidos terão até 60 dias antes da votação de 3 de outubro para completar as cotas de gênero, mas não há punição prevista para as legendas que não alcançarem os percentuais. Isso dependerá da análise da Justiça.


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