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Obras do PAC somente engatinham na região
Projetos de saneamento e habitação não estão prontos ou nem começaram
As obras previstas para a região de Ribeirão Preto preveem investimentos de R$ 152,889 milhões, segundo relatório do PAC
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Previstos para serem construídos em parcerias com prefeituras e órgãos do governo do
Estado, a maior parte dos projetos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
em saneamento e habitação na
região ainda não foram concluídos -muitos nem estão em
obras. As obras planejadas para
a região preveem investimentos de R$ 152,889 milhões.
Levantamento feito pela Folha a partir do balanço do governo federal sobre os dois
anos do programa mostra que,
na área da habitação -a que
mais deve receber recursos-
só 15% dos projetos estão em
obras. Outros 67% já tiveram
serviços contratados, mas as
obras não foram iniciadas, e
18% estão em fase de contratação. Empreendimentos na área
de habitação na região de Ribeirão devem receber R$ 92
milhões do PAC.
Na área de saneamento, 46%
dos projetos previstos estão em
obras - o restante, em contratação. Das cinco obras de saneamento previstas para áreas
indígenas e quilombolas de São
José da Bela Vista, Itirapuã e
Santa Ernestina, nenhuma foi
iniciada até março, quando o
PAC completou dois anos.
Entre os 16 municípios da região na lista, Ribeirão é a que
mais deve receber recursos para habitação e saneamento
-R$ 38 milhões. São Carlos,
por outro lado, é quem tem a
maior quantidade de obras: 16.
Recursos do PAC, contudo,
nem sempre são investimentos
exclusivos do governo Lula a
fundo perdido, ou seja, sem
custos. As obras de saneamento em São Carlos, por exemplo,
são financiadas pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A União também não é a única
fonte: há parcerias com o Estado, como em Ribeirão, onde R$
14 milhões para a construção
de casas vêm da gestão Serra.
Apesar do baixo nível de execução apontado no relatório,
gestores ouvidos pela Folha se
mostram satisfeitos com o ritmo e dizem que, sem o programa, seria inviável investir. Para
Walter Rozatto, secretário de
Obras e Serviços Públicos de
Araraquara, a cidade "não conseguiria fazer o que está fazendo só com recursos próprios".
Só em saneamento, a cidade
recebeu R$ 10 milhões -as
obras devem terminar até o final do ano, segundo Rozatto.
A opinião é compartilhada
pelo secretário de Obras Públicas de São Carlos, Flávio Micheloni. "Quando você ouve dizer que a obra do PAC gasta
pouco, é porque os municípios
não conseguem gastar. As prefeituras não têm bons projetos." Em São Carlos, segundo
ele, metade das obras de saneamento previstas foram feitas
-as demais devem acabar até o
final do ano.
Em Ribeirão, a reurbanização
e construção de moradias na
Fazenda Baixadão já iniciou. Segundo o presidente da Cohab-RP, Rodrigo Arenas, 29 moradias foram erguidas no local.
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