Equipamento de 3,5 kg e 1,5 m de envergadura bateu na testa do presidente do clube de aeromodelismo de Araraquara

Filha da vítima afirma que aeromodelista dava voo rasante; delegado diz que ainda não é possível responsabilizar ninguém

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um aeromodelo de 3,5 kg e 1,5 m de envergadura causou a morte do presidente do clube de aeromodelismo de Araraquara, Milton Aliberti, 65, anteontem por volta das 18h. Ele foi atingido na testa pelo aparelho que era pilotado à distância por Rodrigo Assunção, 33, na pista do aeroclube da cidade.
O dirigente chegou a ser socorrido, mas morreu no Pronto-Socorro da Vila Melhado. A causa da morte foi traumatismo craniano.
Segundo a filha de Aliberti, Daniela Sabrina, o acidente aconteceu porque Assunção não ouviu seu pai avisar que iria atravessar a pista, código usado nas pistas de aeromodelismo.
Outra versão na cidade é que Aliberti foi atingido porque não ouviu Assunção avisar que faria o procedimento de pouso do aeromodelo. A filha do presidente do aeroclube confia mais na versão que ouviu de seu sobrinho de 10 anos, que estava com o avô na hora do acidente e só não foi atingido também por causa da baixa estatura.
"O avião estava muito rápido. Ele estava fazendo manobra na velocidade máxima. Estavam dando "ralo" [voo rasante]. No pouso, eles desligam o motor", afirmou ela. Segundo a moça, seu sobrinho, chocado com a cena, ficou descontrolado e tentou agredir Assunção e destruir o carro dele com um pedaço de madeira.
O delegado responsável pelo caso, Antonio Luiz de Andrade, afirmou que todas as pessoas presentes no aeroclube no domingo serão ouvidas.
Por enquanto, de acordo com o delegado, não é possível responsabilizar ninguém pelo acidente. A reportagem não conseguiu ouvir Assunção.
O enterro aconteceu às 15h. Segundo a Folha apurou, a velocidade da hélice do aeromodelo que atingiu o empresário é de 16 mil rotações por minuto. A miniatura está em poder da Polícia Civil para ser periciada.
Aliberti era muito conhecido em Araraquara porque, além de ser presidente do Carca Clube, fundado há 30 anos, ensinava aeromodelismo a crianças e adultos.
Por causa de sua paixão pelo esporte, ele também abriu uma loja de aeromodelos, que ficou fechada ontem. Na porta, o aviso: "fechado por luto".


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