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Após 10 dias, aluno esfaqueado na sala de aula volta à escola
Ele, que sofreu duas facadas, na nuca e na cabeça, disse ter tido "dia normal"
DA FOLHA RIBEIRÃO
O aluno de 15 anos que foi esfaqueado por um colega de
classe dentro de uma sala de
aula da escola Jenny de Toledo
Piza Schroeder, em Ribeirão
Preto, voltou ontem à escola,
dez dias após ter sofrido a
agressão.
O garoto foi atingido com
duas facadas, na nuca e na cabeça, depois de uma discussão por
causa de um lugar para se sentar na sala de aula. O agressor
continua recolhido provisoriamente na Fundação Casa.
"Estou tranquilo, hoje [ontem] foi um dia normal para
mim", disse o estudante à Folha. Segundo uma funcionária,
que não quis se identificar, ainda não há explicação para o que
aconteceu, uma vez que os alunos envolvidos tinham boas
notas e nenhum problema com
a direção da escola.
Para os colegas de classe, no
entanto, o agressor era "folgado" e "briguento" e já havia entrado em pelo menos mais três
confrontos neste ano no estabelecimento de ensino.
Um garoto que estava na
mesma sala que o jovem esfaqueado disse já ter brigado no
início do ano com o agressor
por causa de um boné. "Eu peguei o boné dele para ver e levei
um soco na boca", disse ele, que
levou o caso à direção e afirmou
nada ter sido feito.
Já a mãe do jovem que agrediu o colega disse que o filho era
"zoado" pelos outros estudantes. "Ele dizia para mim que os
colegas de sala zoavam com seu
nome e pegavam no pé. Ele dizia que queria sair da escola."
Já Giane Fregolente, coordenadora pedagógica da escola
municipal em que o jovem que
esfaqueou o colega estudou,
disse que o agressor "deve ter
anunciado ou mostrado várias
dicas de que sua situação não
era boa, mas ninguém percebeu". Para ela, especialista em
violência contra a criança e o
adolescente, o episódio só pode
ter sido causado pela falta de
estrutura das escolas para lidar
com o "bullying", termo em inglês usado para descrever situações de violência física ou
psicológica com alunos.
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