Ribeirão Preto, Terça-feira, 22 de Dezembro de 2009

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Fiscalização afrouxa e camelôs lotam praça

Chefe diz que comércio informal em Ribeirão está sendo coibido "na medida do possível": são 28 fiscais para 400 ambulantes

Ambulante diz que neste ano há mais respeito do que em 2009, quando as polícias Civil e Militar impediram o trabalho deles no centro


Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Ambulantes expõem produtos na praça 15, a poucos metros do calçadão, no centro de Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma fiscalização muito mais branda, milhares de consumidores e a proximidade do Natal. A receita é ideal para um aumento de ambulantes irregulares. É o que ocorre nos últimos dias no quadrilátero central de Ribeirão, onde a atuação de camelôs é proibida por lei.
Para evitar atritos com os fiscais, os ambulantes estão poupando o calçadão da General Osório, mas a praça 15, que fica em frente, foi "invadida".
"Estamos coibindo na medida do possível. Aumentou de 20% a 30% o número de ambulantes na área central neste ano. Em média, nos próximos dias, serão entre 300 a 400 pessoas e temos 28 fiscais para fazer todo o trabalho", disse o chefe da Fiscalização Geral, Osvaldo Braga.
Atualmente, a prefeitura tem um cadastro com cem ambulantes. Braga estima que o excedente vem de outras cidades. "Vem gente da região e até de outros Estados."
Célia Milan, cadeirante e ambulante em Ribeirão há 12 anos, diz que este é um dos melhores anos. "Estamos trabalhando, a fiscalização tem feito seu trabalho normalmente, mas é a operação normal e não aquela do ano passado, chamada Operação Zero, em que as polícias Civil e Militar vinham e apreendiam tudo. Neste ano há mais respeito", afirmou.
De acordo com Célia, não houve um acordo entre ambulantes e prefeitura, mas para evitar apreensões dos produtos o pessoal tem evitado trabalhar no calçadão. "Temos ficado nos arredores e na praça."
No domingo, o calçadão estava tomado pelos camelôs, mas ontem havia poucos na área. A maioria se concentrava na praça. "A gente fica um pouco e depois dá uma circulada", disse um vendedor de brinquedos que não se identificou.
Sônia Regina Francisco trabalha há 25 anos da loja Porta de Ouro Presentes, que fica no calçadão. Segundo ela, falta rigor. "Os fiscais estão presentes, mas os ambulantes continuam. É preciso uma solução mais adequada", afirmou.
A fiscalização mais branda é resultado de uma promessa não cumprida da prefeita Dárcy Vera (DEM), que pretendia inaugurar antes do final do ano um novo camelódromo (a cidade já tem dois) para abrigar os ambulantes no centro.
Segundo Braga, no próximo ano, a fiscalização deve se intensificar. "Com o novo centro popular de compras, os ambulantes serão destinados para lá e vamos fiscalizar a região central todos os dias do ano, não só na época de Natal."


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