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Fiscalização afrouxa e camelôs lotam praça
Chefe diz que comércio informal em Ribeirão está sendo coibido "na medida do possível": são 28 fiscais para 400 ambulantes
Ambulante diz que neste ano há mais respeito do que em 2009, quando as polícias Civil e Militar impediram o trabalho deles no centro
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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Ambulantes expõem produtos na praça 15, a poucos metros do calçadão, no centro de Ribeirão
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma fiscalização muito mais
branda, milhares de consumidores e a proximidade do Natal.
A receita é ideal para um aumento de ambulantes irregulares. É o que ocorre nos últimos
dias no quadrilátero central de
Ribeirão, onde a atuação de camelôs é proibida por lei.
Para evitar atritos com os fiscais, os ambulantes estão poupando o calçadão da General
Osório, mas a praça 15, que fica
em frente, foi "invadida".
"Estamos coibindo na medida do possível. Aumentou de
20% a 30% o número de ambulantes na área central neste
ano. Em média, nos próximos
dias, serão entre 300 a 400 pessoas e temos 28 fiscais para fazer todo o trabalho", disse o
chefe da Fiscalização Geral, Osvaldo Braga.
Atualmente, a prefeitura tem
um cadastro com cem ambulantes. Braga estima que o excedente vem de outras cidades.
"Vem gente da região e até de
outros Estados."
Célia Milan, cadeirante e ambulante em Ribeirão há 12 anos,
diz que este é um dos melhores
anos. "Estamos trabalhando, a
fiscalização tem feito seu trabalho normalmente, mas é a operação normal e não aquela do
ano passado, chamada Operação Zero, em que as polícias Civil e Militar vinham e apreendiam tudo. Neste ano há mais
respeito", afirmou.
De acordo com Célia, não
houve um acordo entre ambulantes e prefeitura, mas para
evitar apreensões dos produtos
o pessoal tem evitado trabalhar
no calçadão. "Temos ficado nos
arredores e na praça."
No domingo, o calçadão estava tomado pelos camelôs, mas
ontem havia poucos na área. A
maioria se concentrava na praça. "A gente fica um pouco e depois dá uma circulada", disse
um vendedor de brinquedos
que não se identificou.
Sônia Regina Francisco trabalha há 25 anos da loja Porta
de Ouro Presentes, que fica no
calçadão. Segundo ela, falta rigor. "Os fiscais estão presentes,
mas os ambulantes continuam.
É preciso uma solução mais
adequada", afirmou.
A fiscalização mais branda é
resultado de uma promessa
não cumprida da prefeita Dárcy
Vera (DEM), que pretendia
inaugurar antes do final do ano
um novo camelódromo (a cidade já tem dois) para abrigar os
ambulantes no centro.
Segundo Braga, no próximo
ano, a fiscalização deve se intensificar. "Com o novo centro
popular de compras, os ambulantes serão destinados para lá
e vamos fiscalizar a região central todos os dias do ano, não só
na época de Natal."
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