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Prefeito diz que não denunciou "mensalinho" por falta de provas
"Pensei até em deixar o cargo", diz o tucano Francisco Molina, de Igarapava
BRUNA SANIELE
DA FOLHA RIBEIRÃO
O prefeito de Igarapava,
Francisco Tadeu Molina
(PSDB), disse em entrevista à
Folha que não iria pagar "mensalinho" aos cinco vereadores
acusados de chantageá-lo. Ele
afirmou que chegou a pensar
em deixar o cargo e não avisou
o Ministério Público porque se
sentiu ameaçado.
Leia trechos de entrevista:
FOLHA - Quando teve início a chantagem dos vereadores
FRANCISCO - Após as primeiras
reuniões da Câmara, no final de
fevereiro. Foram cinco reuniões, duas em Uberaba. Eu ia
empurrando essas reuniões cada vez mais para frente para poder ganhar tempo e ver se eles
mudavam de rumo. Pensei até
em deixar o meu cargo.
FOLHA - O que os vereadores pediam?
FRANCISCO - R$5.000 para cada
um em março e, a partir do mês
de abril, R$ 7.000.
FOLHA Por que o senhor não levou
isso ao Ministério Público?
FRANCISCO - Porque eu não paguei e não iria pagar em hipótese nenhuma. A situação em Igarapava é muito perigosa, nós temos um passado difícil na cidade. Eu não ia falar naquele momento porque eu não tinha
provas. Se eu levo ao Ministério
Público esse conhecimento
sem provas concretas, isso poderia se virar contra mim.
FOLHA - Teve medo de sofrer algum ataque de vereadores?
FRANCISCO - Sim, com certeza.
FOLHA - O Ministério Público cogita
processá-lo por prevaricação. O que
o senhor tem a dizer sobre isso?
FRANCISCO - Eu tenho minha
consciência tranquila porque
eu não paguei nada e não pagaria. Se fizeram intercepção telefônica, eu tenho convicção de
não ter feito nada errado, muito pelo contrário. Eu fui adiando a cada dia a minha decisão
na tentativa de não pagar nada.
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