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VIOLÊNCIA
Adolescente que confessou ter matado estudante dentro de escola escapa; polícia já procura um novo suspeito
Acusado de matar aluno foge da Febem
da Folha Ribeirão
O adolescente N.A.S., 13, acusado de matar o estudante Jair Gallasso Filho, 17, na segunda-feira
dentro da escola estadual Rafael
Leme Franco, em Ribeirão Preto,
fugiu na tarde de ontem da Febem
(Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor), onde estava detido desde o dia do crime.
A informação sobre a fuga do
adolescente, fornecida pela Polícia
Militar, ainda não havia sido confirmada pela direção da Febem até
as 20h15 de ontem, que também
não soube explicar como os jovens
escaparam da unidade.
"Não podemos divulgar os nomes porque estamos fazendo a recontagem. Teremos essa informação só amanhã (hoje)", disse José
Braga, diretor da Febem por volta
das 20h10. No mesmo horário, a
PM divulgou a relação dos foragidos e dos recapturados.
Segundo a polícia, o adolescente
fugiu junto com outros sete internos da Febem, por volta das 16h40.
Três foram recapturados.
O adolescente N.A.S., que confessou ter matado o estudante, pode não ser o autor do assassinato
do estudante. O Ministério Público
e a polícia investigam a existência
de um outro suspeito do crime,
que estaria sendo protegido pelo
jovem. N.A.S., segundo a Promotoria, seria um "laranja" -assume
a autoria de um crime para encobrir o verdadeiro autor.
O jovem foi capturado pela polícia momentos depois do crime nas
proximidades da escola e assumiu
que deu seis tiros de pistola automática, atingindo mortalmente
Gallasso Filho e ferindo a também
estudante Josana Carla de Paula
Arantes da Silva, 14.
Para o promotor da Infância e da
Juventude, Luiz Henrique Pacini
Costa, que realizou a apreensão do
adolescente, existem contradições
nos depoimentos de N.A.S..
"Existem vários pontos obscuros
nos depoimentos que levam a crer
que ele esteja poupando o verdadeiro autor do crime, possivelmente maior de idade", disse.
Segundo Costa, é comum adolescentes assumirem a autoria de crimes praticados por outras pessoas
devido ao fato de as penas serem
mais brandas. "Eles, muitas vezes,
se comportam como verdadeiros
"advogados' e puxam toda a responsabilidade para si."
Em depoimento à polícia, uma
garota que afirmou ter presenciado o crime não teria reconhecido
N.A.S. como o autor dos disparos.
A arma usada no crime ainda
não foi encontrada pela polícia e
poderia estar em posse do verdadeiro autor.
Ontem, pais de alunos da escola
Rafael Leme Franco se reuniram
com diretores e professores e pediram mais segurança no local. Os
alunos não compareceram às aulas, com medo de novas ocorrências violentas.
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