Ribeirão Preto, Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conppac questiona reforma de Pinguim

Loja de calçados Humanitarian iniciou obra em ex-choperia sem consultar o conselho do patrimônio

DA FOLHA RIBEIRÃO

A sobreloja ocupada até o último dia 13 pela antiga loja de suvenires da tradicional choperia Pinguim, no edifício Diederichsen, em Ribeirão Preto, já passa por reforma e será ocupada por uma das lojas da rede de calçados Humanitarian, segundo apurou a Folha com operários que trabalhavam ontem no local. A reforma, porém, é questionada por órgãos de conservação do patrimônio.
O prédio, o primeiro edifício de uso misto do interior do Estado, é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). Por isso, diz a assessoria do órgão, alterações, ainda que nos espaços comerciais, deveriam passar antes por aprovação.
Ontem à tarde, a assessoria do Condephaat não conseguiu checar se a Humanitarian apresentou projeto de reforma. O arquiteto Cláudio Bauso, membro do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto), afirma que reforma está sendo feita sem qualquer aprovação.
"Eles [Pinguim] podem vender o ponto, podem alugar, podem fazer o que quiserem. O problema é colocar em risco o patrimônio e a história de Ribeirão Preto", disse Bauso.
A rede de lojas de calçados tem sede em Bragança Paulista. Em Ribeirão, a fachada das lojas da marca seguem estilo semelhante: exibe grandes painéis de cor prata que cobrem as fachadas dos imóveis antigos.
À Folha os operários disseram que a reforma já havia começado. Segundo eles, tudo vai ser mudado, o que inclui a troca do piso de mármore italiano estilo tabuleiro de xadrez, da década de 1930, além dos peitoris de metal feitos à mão.
A assessoria da ex-choperia informou que o Pinguim não vai requerer o piso e os peitoris. Segundo a mesma fonte, mobiliário e objetos de decoração foram retirados da sobreloja e serão utilizados nas outras três choperias da marca na cidade. Já a Humanitarian informou que não falaria sobre o caso.
No Diederichsen, pelo tombamento, todas as lojas precisam seguir um padrão para ter o nome na fachada, respeitando as características do imóvel.
Segundo Bauso, a reforma feita à revelia da lei será denunciada à presidência do Conppac e também ao Ministério Público Estadual para tentar o embargo da reforma.
De acordo com o setor de fiscalização de projetos da prefeitura, reformas que não exigem ampliação dos imóveis não passam por análise prévia.
(VERIDIANA RIBEIRO)


Texto Anterior: Foco: Impulsionada pela alta do álcool, preço da gasolina sobe nos postos de Ribeirão
Próximo Texto: Loja abrigou a 1ª choperia da marca Pinguim
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.