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Conppac questiona reforma de Pinguim
Loja de calçados Humanitarian iniciou obra em ex-choperia sem consultar o conselho do patrimônio
DA FOLHA RIBEIRÃO
A sobreloja ocupada até o último dia 13 pela antiga loja de
suvenires da tradicional choperia Pinguim, no edifício Diederichsen, em Ribeirão Preto, já
passa por reforma e será ocupada por uma das lojas da rede de
calçados Humanitarian, segundo apurou a Folha com operários que trabalhavam ontem no
local. A reforma, porém, é
questionada por órgãos de conservação do patrimônio.
O prédio, o primeiro edifício
de uso misto do interior do Estado, é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Por isso, diz a assessoria do órgão, alterações, ainda que nos
espaços comerciais, deveriam
passar antes por aprovação.
Ontem à tarde, a assessoria
do Condephaat não conseguiu
checar se a Humanitarian
apresentou projeto de reforma.
O arquiteto Cláudio Bauso,
membro do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de
Ribeirão Preto), afirma que reforma está sendo feita sem
qualquer aprovação.
"Eles [Pinguim] podem vender o ponto, podem alugar, podem fazer o que quiserem. O
problema é colocar em risco o
patrimônio e a história de Ribeirão Preto", disse Bauso.
A rede de lojas de calçados
tem sede em Bragança Paulista. Em Ribeirão, a fachada das
lojas da marca seguem estilo
semelhante: exibe grandes painéis de cor prata que cobrem as
fachadas dos imóveis antigos.
À Folha os operários disseram que a reforma já havia começado. Segundo eles, tudo vai
ser mudado, o que inclui a troca do piso de mármore italiano
estilo tabuleiro de xadrez, da
década de 1930, além dos peitoris de metal feitos à mão.
A assessoria da ex-choperia
informou que o Pinguim não
vai requerer o piso e os peitoris.
Segundo a mesma fonte, mobiliário e objetos de decoração
foram retirados da sobreloja e
serão utilizados nas outras três
choperias da marca na cidade.
Já a Humanitarian informou
que não falaria sobre o caso.
No Diederichsen, pelo tombamento, todas as lojas precisam seguir um padrão para ter
o nome na fachada, respeitando as características do imóvel.
Segundo Bauso, a reforma
feita à revelia da lei será denunciada à presidência do Conppac
e também ao Ministério Público Estadual para tentar o embargo da reforma.
De acordo com o setor de fiscalização de projetos da prefeitura, reformas que não exigem
ampliação dos imóveis não
passam por análise prévia.
(VERIDIANA RIBEIRO)
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