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Sorvete era utilizado em "disque-droga"
Operação em Monte Azul Paulista termina com as prisões de sete traficantes, depois de cinco meses de investigação
Para não despertar
suspeita em horário comercial, entorpecente
era entregue junto a
potes de sorvete
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil de Monte Azul
Paulista prendeu na madrugada de ontem sete traficantes e
descobriu a existência de um
"disque-droga" na cidade, em
que o entorpecente era entregue em potes de sorvete. Os traficantes foram presos após escutas telefônicas, autorizadas
há um mês pela Justiça. Um oitavo envolvido está foragido.
Para não despertar suspeitas,
o entregador José Renan Gomes Leite, 19, funcionário de
uma sorveteria, levava a droga
no horário do expediente dentro dos potes de sorvete, segundo o delegado Carlos Arnaldo
Nicodemos Andrade.
"Ele avisava os clientes que
só entregaria a droga se a pessoal encomendasse o sorvete.
Ele ia para casa buscar o entorpecente e o colocava no meio
do sorvete", afirmou o delegado. De acordo com a polícia,
Leite vendia cocaína, crack e
maconha.
As investigações eram feitas
havia cinco meses e, há 30 dias,
a polícia obteve autorização para a quebra do sigilo do celular
de Leite e de Silvio da Costa
Branco, 36, responsável por
fornecer a droga.
Por meio das escutas, a polícia chegou aos outros cinco
acusados -Aderval Henrique
Leme, 19, Adão dos Santos, 22,
Rodolfo Lindolpho Galego, 24,
Lucas Rodrigues da Silva, 18, e
Maicon Artur Ferreira, 21.
"Eram dois esquemas diferentes. Cinco tinham ligação
direta com o coordenador do
"disque-droga". Dois dos acusados, Ferreira e Branco, agiam
há mais tempo, mas de modo
individual. Já eram conhecidos
da polícia pelo envolvimento
com tráfico", afirmou.
A polícia apreendeu, ontem,
37 g de crack, 5,6 g de cocaína e
32,5 g de maconha, além de R$
1.432 em dinheiro e 25 telefones celulares. Os sete foram encaminhados à Cadeia Pública
de Bebedouro. A polícia não
soube dizer desde quando o esquema funcionava.
Dos sete, três têm advogados
-Santos, Branco e Ferreira-,
que disseram que não vão se
manifestar devido à má qualidade das gravações. "O conteúdo não foi transcrito e o áudio
está muito ruim, não dá para
identificar de quem são as vozes nem o que falam", afirmou
Elane Peçanha Viana, advogada de Ferreira.
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