Ribeirão Preto, Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009

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Sorvete era utilizado em "disque-droga"

Operação em Monte Azul Paulista termina com as prisões de sete traficantes, depois de cinco meses de investigação

Para não despertar suspeita em horário comercial, entorpecente era entregue junto a potes de sorvete


LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Civil de Monte Azul Paulista prendeu na madrugada de ontem sete traficantes e descobriu a existência de um "disque-droga" na cidade, em que o entorpecente era entregue em potes de sorvete. Os traficantes foram presos após escutas telefônicas, autorizadas há um mês pela Justiça. Um oitavo envolvido está foragido.
Para não despertar suspeitas, o entregador José Renan Gomes Leite, 19, funcionário de uma sorveteria, levava a droga no horário do expediente dentro dos potes de sorvete, segundo o delegado Carlos Arnaldo Nicodemos Andrade.
"Ele avisava os clientes que só entregaria a droga se a pessoal encomendasse o sorvete. Ele ia para casa buscar o entorpecente e o colocava no meio do sorvete", afirmou o delegado. De acordo com a polícia, Leite vendia cocaína, crack e maconha.
As investigações eram feitas havia cinco meses e, há 30 dias, a polícia obteve autorização para a quebra do sigilo do celular de Leite e de Silvio da Costa Branco, 36, responsável por fornecer a droga.
Por meio das escutas, a polícia chegou aos outros cinco acusados -Aderval Henrique Leme, 19, Adão dos Santos, 22, Rodolfo Lindolpho Galego, 24, Lucas Rodrigues da Silva, 18, e Maicon Artur Ferreira, 21.
"Eram dois esquemas diferentes. Cinco tinham ligação direta com o coordenador do "disque-droga". Dois dos acusados, Ferreira e Branco, agiam há mais tempo, mas de modo individual. Já eram conhecidos da polícia pelo envolvimento com tráfico", afirmou.
A polícia apreendeu, ontem, 37 g de crack, 5,6 g de cocaína e 32,5 g de maconha, além de R$ 1.432 em dinheiro e 25 telefones celulares. Os sete foram encaminhados à Cadeia Pública de Bebedouro. A polícia não soube dizer desde quando o esquema funcionava.
Dos sete, três têm advogados -Santos, Branco e Ferreira-, que disseram que não vão se manifestar devido à má qualidade das gravações. "O conteúdo não foi transcrito e o áudio está muito ruim, não dá para identificar de quem são as vozes nem o que falam", afirmou Elane Peçanha Viana, advogada de Ferreira.


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