da Reportagem Local

A Câmara de Igarapava pode afastar o prefeito Sérgio Augusto Freitas (PPB) para que seja investigado suposto envolvimento do pepebista com suspeitos do assassinato do prefeito Gilberto Soares dos Santos (PSDB), há 12 dias.
Freitas era vice-prefeito e assumiu a prefeitura na semana passada. O pedido do afastamento será votado na semana que vem e tem por base denúncia impetrada pelo microempresário Manoel Marques dos Santos Filho, irmão de Eurípedes Barcelos, preso na última sexta-feira acusado de ser um dos mandantes do crime.
Santos foi morto com dez tiros depois de ter sido sequestrado em sua casa por quatro homens. Além de Barcelos, estão presos Fued Maluf e Giovani Divino Soares Adão.
A denúncia está embasada em depoimentos de testemunhas à polícia na semana passada. Em um dos depoimentos, o comerciante Ermelindo Requi Júnior disse ter encontrado Santos em um posto de gasolina na sexta-feira, por volta das 21h, quando o vice-prefeito passou dirigindo uma camionete ao lado de Barcelos.
Requi Júnior disse que Freitas passou duas vezes em frente ao posto e demonstrava que estava procurando alguém.
Também em depoimento, o ex-vereador José Alves Filho afirmou que, ao passar perto da casa do vice-prefeito, por volta das 4h do dia seguinte, viu Barcelos batendo na porta com o intuito de acordar Freitas.
Santos foi sequestrado por volta das 22h30 e encontrado às 6h do sábado. "Esses depoimentos nos deixam totalmente preocupados. São pessoas que conhecemos e as denúncias devem ser procedentes. Por isso, temos de investigar", disse o presidente da Câmara, José Laudelino Alves (PRP).
A denúncia está sendo analisada pela Comissão de Justiça da Câmara, que tem o prazo de sete dias para emitir parecer. Se os vereadores aprovarem a denúncia, Freitas é afastado até que as investigações sejam concluídas. Constituída, a CEI (Comissão Especial de Inquérito) deve apresentar a conclusão da apuração em 90 dias.
O denunciante disse ter sido amigo do prefeito assassinado e de Freitas. Barcelos e Santos Filho são irmãos por parte de mãe.
A Folha tentou falar ontem com Freitas, mas foi informada que ele não compareceu à prefeitura. A reportagem também tentou falar com o pepebista em seu celular e em sua casa, sem sucesso.
Em entrevista anterior, Freitas negou qualquer ligação com o assassinato do prefeito.
Segundo o delegado da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Franca, Hugo Anselmo Ravagnani, as investigações sobre o assassinato do prefeito estão suspensas até a próxima quarta-feira por causa do período eleitoral.



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