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USP treina docente contra violência
Observatório da Violência de Ribeirão pede verba de R$ 100 mil ao MEC
Objetivo da universidade é capacitar professores e profissionais da educação contra a violência
dentro das escolas
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A USP de Ribeirão Preto pleiteia uma verba de R$ 100 mil do
MEC (Ministério da Educação)
para treinar 500 professores e
profissionais da educação contra a violência dentro das escolas. A idéia é prepará-los para
tratar os problemas de indisciplina de alunos sem ter de recorrer sempre à polícia, por
meio de aulas com os profissionais da universidade.
O pedido para fazer parte do
programa Escola que Protege
foi feito pelo Observatório da
Violência e Práticas Exemplares da universidade, que estuda
casos do tipo em unidades escolares da região.
O programa consiste, de
acordo com o site do MEC,
também em diagnosticar situações de violência em que a
criança é vítima. Se o MEC
aprovar o projeto e conceder a
verba, os professores e outros
funcionários selecionados passarão por um curso dado por
docentes da USP. "A verba é pra
capacitar professores da região
que estão sendo vitimizados,
para buscar resolver esses casos dentro da escola, chamar os
pais", afirmou o coordenador
do observatório, Sérgio Kodato,
doutor em psicologia social.
De acordo com ele, a idéia é
que os profissionais da educação atuem como uma espécie
de "padrinho" das crianças e
adolescentes.
A verba destinada deve ser
usada para aulas aos professores de Ribeirão Preto e região.
Neste ano, ao menos dois casos
de violência contra professores
dentro da escola se tornaram
notícia na região.
O mais recente aconteceu no
dia 5 deste mês. Uma mãe e
dois filhos entraram na escola
estadual Valois Scortecce, em
Barretos, e agrediram três professores e um funcionário. A
mãe alegava que o filho havia
sido agredido pelo professor de
música, Adriano Cândido Pereira, 36. Ele nega. "Segurei a
mão dele. Quando ele se desvencilhou, se machucou", disse.
Em fevereiro, a professora
Paula Aparecida Alves, 37, foi
agredida com socos e pontapés
por um aluno de 14 anos, da sétima série do ensino fundamental, na escola estadual José
Lima Pedreira de Freitas, na
Vila Virgínia, em Ribeirão.
O coordenador da Apeoesp
na região de Ribeirão Preto, José Wilson de Souza Maciel, afirmou que a idéia do Observatório da Violência não resolve o
problema. "A escola é que precisaria ser dotada de mais pessoas para atuar entre a instituição de ensino e o aluno, como
psicólogos. O professor não
tem tempo para isso. Pode até
ser um paliativo, mas não é
uma solução", afirmou Maciel.
Já o vice-presidente do Conselho Municipal de Educação,
Walter Colombini, afirmou que
a idéia é boa e pode ajudar os
professores a lidar melhor com
o problema nas escolas.
"Hoje, tem professoras que
estão até se aposentando antes
da hora, abrindo mão de parte
da aposentadoria, porque não
agüentam mais a pressão", afirmou Colombini.
De acordo com Kodato, o resultado do pedido deve sair até
fevereiro do ano que vem.
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