BRUNA SANIELE
DA FOLHA RIBEIRÃO

O preço do álcool nas usinas do Estado chegou a R$ 0,6396 na última semana, ainda considerada período de entressafra, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Foi a sexta queda seguida e, em Ribeirão, é possível encontrar o litro a R$ 0,85 nos postos.
O litro do álcool hidratado -usado nos veículos flex- ficou 6,06% mais barato nas usinas em relação à semana anterior, quando era vendido a R$ 0,6809, sem impostos. A queda acontece desde fevereiro, período em que os preços deveriam ser mais altos, já que não há moagem na maioria das usinas.
"Essas quedas ocorrem em função do aumento da oferta por parte de algumas usinas e pela necessidade de desovar estoque e gerar fluxo de caixa", disse Ivelise Rasira Bragato, pesquisadora do Cepea.
Para Sérgio Prado, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) em Ribeirão, a queda demorou a ser repassada aos consumidores. "Se houve queda na fábrica, é normal que o preço em algum momento diminua para o consumidor."
O presidente do Sincopetro (sindicato dos varejistas de derivados de petróleo) em Ribeirão, Oswaldo Manaia, disse que há uma "guerra desenfreada de preços". Segundo ele, os revendedores pagam R$ 0,81 por litro às distribuidoras. O sindicato conta com 150 filiados, que praticam preços de R$ 0,85 a R$1,09.
"Uma recuperação de preços num patamar razoável é saudável para o mercado", disse Prado.


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