Ribeirão Preto, Quarta, 24 de março de 1999

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SAÚDE PÚBLICA
Maioria dos casos está relacionada às enchentes; só em Ribeirão, há oito ocorrências sendo analisadas
Região tem 16 suspeitas de leptospirose

da Folha Ribeirão

As cidades da região registraram nas últimas semanas 16 casos suspeitos de leptospirose, doença transmitida pela urina do rato misturada às águas de chuvas e que pode levar o paciente à morte.
De acordo com as secretarias da saúde, a maioria dos casos suspeitos pode estar relacionada às fortes chuvas e enchentes ocorridas no final do mês passado.
Só em Ribeirão Preto, existem atualmente oito casos suspeitos, além de um já confirmado, ocorrido no início do ano.
Durante todo o ano passado foram registradas em Ribeirão Preto dez suspeitas de leptospirose e quatro confirmações.
De acordo com a chefe da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, Brasilina de Campos Salles Cerqueira, os bairros com o maior número de casos suspeitos são a Vila Virgínia e o Adelino Simioni.
"Foram locais que tiveram problemas com enchentes. Estamos fazendo um trabalho intensivo de visita às famílias para monitorar outras possíveis suspeitas."
A dona-de-casa Cleusa Aparecida Mendes dos Santos, moradora da Vila Virgínia, diz que os ratos aparecem principalmente à noite.
"Eles invadem todos os cômodos e até mesmo o telhado. Fico com medo de novas enchentes."
A demora na confirmação dos casos está relacionada à necessidade de dois exames, realizados em um intervalo de 15 dias.
"Só podemos confirmar os casos depois da realização de dois exames", disse Brasilina.
Os principais sintomas da doença são calafrios, febre e dores musculares. A doença, para a qual não há vacina, não é transmitida no contato com doentes.
Os outros dois casos suspeitos em Ribeirão Preto não estão ligados às chuvas, segundo a vigilância. Ainda de acordo com o órgão, o único caso confirmado no ano não está relacionado a enchentes.
Em Franca, existem atualmente seis casos suspeitos da doença, mas nenhum confirmado. De acordo com a Vigilância Sanitária, as possíveis causas ainda estão sendo investigadas.
"É pouco provável que eles estejam ligados a enchentes e podem até mesmo ter vindo de outras cidades ou da zona rural", afirmou Érika Capobianco, chefe da Vigilância Epidemiológica.
Já em São Carlos, em razão das chuvas ocorridas no final do mês passado, há a suspeita de que um garoto de 9 anos esteja com a doença.
"Estamos aguardando o exame de confirmação, mas, como a família do garoto se mudou, não tivemos condições de fazer a limpeza na casa", disse Vitor Fernandes Júnior, chefe da Vigilância Sanitária Municipal de São Carlos.
Em Barrinha, uma dona-de-casa de 24 anos está com suspeita de ter contraído a doença, segundo a Vigilância Sanitária e Epidemiológica, que aguarda o segundo exame.



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