Ribeirão Preto, Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

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Cai nº de atendimentos básicos na região

Redução em consultas médicas e exames mais simples ocorreu em Ribeirão Preto e São Carlos, diz o Datasus

Foco na atividade física explica menor demanda na rede básica, afirma São Carlos; Ribeirão Preto contesta dado

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Enquanto o Ministério da Saúde preconiza foco na atenção básica, o número de consultas, exames e atendimentos simples da rede de saúde pública caiu em Ribeirão Preto e São Carlos.
É o que apontam os dados do Datasus, do Ministério da Saúde, entre janeiro e abril deste ano, na comparação com igual período de 2010.
A Prefeitura de São Carlos diz ter investido na prática de exercícios físicos como prevenção. Já a Secretaria da Saúde de Ribeirão contesta os números.
A maior queda, segundo o Datasus, foi a de São Carlos. O número de atendimentos básicos foi 8,4% menor do que em 2010.
Em Ribeirão, foram 26.594 procedimento da atenção básica a menos do que em 2010 -redução de 2,8%. Entre as quatro cidades mais populosas da região, a maior alta ocorreu em Araraquara -aumento de 59,7%.
Para o sanitarista Juan Stuardo Yazlle Rocha, da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão, em vez de concentrar investimentos na atenção básica, as cidades tendem a atender mais pacientes em urgências ou em especialidades médicas do que o ideal. "Poucas cidades no Brasil têm uma atenção básica exemplar, porque não investem para melhorar salários de médicos e outros profissionais da equipe de saúde da família", disse.

PREVENÇÃO
O assessor de planejamento da Secretaria da Saúde de São Carlos, Natanael Alves da Silva, disse que a redução no atendimento básico não é necessariamente negativo.
Isso porque uma das explicações é o aumento de serviços de prevenção, o que evita que cidadãos procurem um médico. "Nós aumentamos a prática de atividades físicas em grupo, em todas as unidades da saúde. Com isso, você controla pressão arterial, ansiedade e demanda menos consulta médica."
Entre os serviços básicos, o assessor diz ter havido queda em pequenas urgências -uma dor de cabeça mais forte, por exemplo-, o que pode justificar os dados.
O secretário da Saúde de Ribeirão, Stenio Miranda, contesta os números. Segundo ele, em anos anteriores era contabilizado no Datasus como atenção básica serviços de pronto-atendimento que, na verdade, são de média e alta complexidade.
Para Miranda, diferentemente disso, os serviços de atenção básica cresceram na rede municipal. Pelos dados da prefeitura, só de consultas médicas foram realizadas 612.279 mil no ano passado.
A atual gestão, ainda segundo o secretário, criou o primeiro cargo de médico de família -o concurso público deve ser realizado neste ano.


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