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Acidentes de trânsito caem, mas devem subir
Segundo dados do HC, total de vítimas e de mortes caiu em julho e agosto, o primeiro bimestre após a vigência de lei seca
Para médicos presentes a fórum realizado ontem em Ribeirão, número de vítimas e mortes deve voltar a subir em setembro
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Pelo menos nos dois primeiros meses subseqüentes à entrada em vigor da lei seca -julho e agosto-, o trânsito de Ribeirão Preto foi menos violento
em comparação com 2007, revelam dados da Unidade de
Emergência do Hospital das
Clínicas. Entretanto, a partir de
setembro -cujo números ainda não foram compilados-, o
total de vítimas de acidentes já
poderá voltar ao normal.
Quem afirma são médicos da
UE/HC que apresentaram ontem estatísticas de atendimentos de traumas causados por
acidentes de trânsito: em julho
e agosto, o número de vítimas
caiu 42,9%, e o de mortes,
76,9%, em relação ao mesmo
período do ano passado. Em julho e agosto deste ano, foram
153 vítimas, contra 268 do mesmo período do ano passado. Já
as mortes caíram de 13 no ano
passado para 3 este ano.
"Nosso maior temor é que
aconteça em Ribeirão e região
aquilo que vem ocorrendo em
outras localidades do país: em
setembro, praticamente já não
há redução do número de vítimas, sinal de que os motoristas
estão relaxando", disse Afonso
Diniz Passos, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão e médico do Departamento
de Cirurgia do Trauma do HC.
Os números foram divulgados no Fórum de Prevenção de
Acidentes de Trânsito, do Gapat (Grupo Técnico de Avaliação e Prevenção de Acidentes
de Trânsito), que teve palestras
e a participação da canadense
Joanne Banfield, coordenadora
do Party, programa de prevenção de acidentes do Canadá
adaptado em Ribeirão.
"O grande problema é a falta
de fiscalização. Se o motorista
sentir que a fiscalização está se
afrouxando, ele voltará a ter os
mesmos hábitos", disse Gerson
Alves Pereira Júnior, médico
do setor de traumas do HC.
"A tendência é diminuir, depois estabilizar e depois aumentar. A fiscalização vai relaxar, e as pessoas vão se esquecer da lei seca", disse Luimar
Paes Heck, engenheiro especialista em trânsito do Centro
Universitário Moura Lacerda.
Para José Bernardes Felex,
especialista em trânsito da USP
de São Carlos, acontecerá um
"relaxamento natural". "Aos
poucos, a mídia começa a esquecer e a fiscalização passa a
ser menos rigorosa", disse.
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