Ribeirão Preto, Sexta-feira, 24 de Outubro de 2008

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Acidentes de trânsito caem, mas devem subir

Segundo dados do HC, total de vítimas e de mortes caiu em julho e agosto, o primeiro bimestre após a vigência de lei seca

Para médicos presentes a fórum realizado ontem em Ribeirão, número de vítimas e mortes deve voltar a subir em setembro


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Pelo menos nos dois primeiros meses subseqüentes à entrada em vigor da lei seca -julho e agosto-, o trânsito de Ribeirão Preto foi menos violento em comparação com 2007, revelam dados da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. Entretanto, a partir de setembro -cujo números ainda não foram compilados-, o total de vítimas de acidentes já poderá voltar ao normal.
Quem afirma são médicos da UE/HC que apresentaram ontem estatísticas de atendimentos de traumas causados por acidentes de trânsito: em julho e agosto, o número de vítimas caiu 42,9%, e o de mortes, 76,9%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em julho e agosto deste ano, foram 153 vítimas, contra 268 do mesmo período do ano passado. Já as mortes caíram de 13 no ano passado para 3 este ano.
"Nosso maior temor é que aconteça em Ribeirão e região aquilo que vem ocorrendo em outras localidades do país: em setembro, praticamente já não há redução do número de vítimas, sinal de que os motoristas estão relaxando", disse Afonso Diniz Passos, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão e médico do Departamento de Cirurgia do Trauma do HC.
Os números foram divulgados no Fórum de Prevenção de Acidentes de Trânsito, do Gapat (Grupo Técnico de Avaliação e Prevenção de Acidentes de Trânsito), que teve palestras e a participação da canadense Joanne Banfield, coordenadora do Party, programa de prevenção de acidentes do Canadá adaptado em Ribeirão.
"O grande problema é a falta de fiscalização. Se o motorista sentir que a fiscalização está se afrouxando, ele voltará a ter os mesmos hábitos", disse Gerson Alves Pereira Júnior, médico do setor de traumas do HC.
"A tendência é diminuir, depois estabilizar e depois aumentar. A fiscalização vai relaxar, e as pessoas vão se esquecer da lei seca", disse Luimar Paes Heck, engenheiro especialista em trânsito do Centro Universitário Moura Lacerda.
Para José Bernardes Felex, especialista em trânsito da USP de São Carlos, acontecerá um "relaxamento natural". "Aos poucos, a mídia começa a esquecer e a fiscalização passa a ser menos rigorosa", disse.


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