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MINHA HISTÓRIA LUCIANA PRINCIPESSA DE OLIVEIRA
Meu ex matou minha filha
Em 21 de setembro de 2007, eu me lembro o dia direitinho, conheci o monstro José Fábio de Almeida. Dias depois de matar minha filha, ele passou a me ligar e me disse que, se a minha dor fosse muito grande, eu poderia escolher um dos três filhos
dele que ele o mataria para me compensar...
RESUMO
A manicure
Luciana Principessa de
Oliveira, 39, perdeu a filha
Samira Helena de Oliveira
Duarte Ortigoso, 24, de
uma forma trágica. A jovem foi assassinada, com
uma facada no pescoço,
pelo terceiro marido da
mãe em 19 de setembro,
quando voltava de bicicleta de um estágio. Samira
chegou a pedalar alguns
metros antes de cair.
(...) Depoimento a
LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
Quando conheci o pai da
Samira, eu era muito nova.
Eu tinha 15 anos e o Nelson,
21. Fomos muito felizes. Três
meses depois, descobri que
estava grávida do meu anjo,
Samira. Um ano e dois meses
depois engravidei de novo do
José Ricardo. Foram tempos
tranquilos, apesar dos ciúmes do Nelson.
Nos separamos quando o
José Ricardo tinha três anos e
meio. Éramos muito diferentes. Acertamos que ele ficaria
com a guarda dos nosso filhos porque tinha mais estrutura financeira.
Um ano depois eu conheci
o grande amor da minha vida, o Fauze André Ruiz. Eu tinha 22 anos e ele, 19. Nós tivemos duas filhas, a Kelsilene e a Francilene.
Seis meses depois do nascimento da Fran, começamos a brigar. Eu queria trabalhar e ele não queria. Decidi
me separar, vendi a casa e
mandei as minhas duas meninas para a casa dos tios dele, José e Maria Ruiz.
Em 1996, quase morri ao
ser atropelada por um caminhão. Foram dois anos difíceis, me recuperando e depois fazendo fisioterapia. Tive que reaprender a andar, a
comer e a trabalhar e a Samira me ajudou muito.
Em 1998, voltei a namorar
o André. Em 3 de outubro daquele ano, ele, que era mototaxista, foi assassinado por
dois homens que roubaram a
moto dele.
Fiquei, então, um bom
tempo sozinha.
Em 21 de setembro de
2007, eu me lembro o dia direitinho, conheci o monstro
José Fábio de Almeida. Seis
meses depois, nos casamos,
na igreja e no civil. Foi um casamento conturbado. Ele começou a brigar comigo por
ciúmes do Nelson.
Fui agredida duas vezes,
fiz boletim, mas voltei com
ele por medo das ameaças.
Nossa última briga foi dois
dias antes do assassinato.
Novamente por ciúmes.
Contei a Samira que estava
sendo ameaçada e que tinha
medo por meus filhos também, mas ela me disse para
ficar tranquila. Foi a última
vez que a vi.
Quando a polícia me avisou, fui ao pronto-socorro
central. Queria ver o corpo
dela, mas ninguém deixou.
Acho que tinha umas duas
mil pessoas no velório, o pessoal da faculdade, meus filhos. Quando vi o Nelson e a
mulher abraçados, chorando
juntos, pensei o que seria da
minha vida se eu não tivesse
me separado dele. Minha filha estaria viva...
Dias depois, o monstro começou a me ligar de um orelhão. Em uma das ligações,
me pediu para vender a moto
e ir encontrá-lo em Alagoas.
Disse que, se a minha dor fosse muito grande, eu poderia
escolher um dos três filhos
dele que ele o mataria para
me compensar...
Quando fez um mês da
morte da Samira, o delegado
Leandro Árabe me avisou
que o monstro tinha sido preso. Entrei com o pedido de divórcio e espero que ele apodreça na prisão.
Não sei mais qual será o
meu futuro. Estou em pedaços e acho que vou ficar assim até a minha morte. Só
penso em ir para o céu e ficar
junto do meu anjinho.
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