Ribeirão Preto, Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

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Câmara abre 3ª CPI sem incomodar Dárcy

CPI da Feira do Livro foi aprovada anteontem; outras duas comissões têm como alvo a gestão anterior do tucano Gasparini


Walter Gomes, autor da CPI, diz que relatório de perito judicial comprova que há irregularidades nos gastos da Feira do Livro

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Câmara de Ribeirão Preto vai entrar 2010 com três CPIs instaladas. Nenhuma delas atinge o governo da prefeita Dárcy Vera (DEM), que tem maioria absoluta na Casa. Duas têm como alvo o governo do tucano Welson Gasparini, que foi sucedido por Dárcy. A terceira foca a Feira do Livro.
O requerimento para a abertura da CPI da Feira do Livro, aprovado anteontem, foi apresentado pelo vereador Walter Gomes (PR). Segundo ele, um relatório feito por um perito judicial contratado pela Câmara comprova que há irregularidades nos gastos da Feira do Livro, evento realizado em junho pela Fundação Feira do Livro, entidade privada sem ligação com a Secretaria da Cultura.
Os documentos analisados pelo perito incluem notas fiscais e orçamentos supostamente superfaturados, como o elaborado para o palco onde foram realizados shows musicais e apresentações artísticas durante a feira.
Procurada pela Folha, a presidente da Fundação Feira do Livro, Isabel de Farias, disse que não faria comentários sobre o caso por não ter tido acesso ao relatório do perito.
O vereador do PR também é presidente da CPI que visa apurar supostas irregularidades no serviço de recapeamento asfáltico contratado no ano passado por Gasparini. O trabalho de recapeamento realizado pela atual administração, segundo Walter, não será alvo de investigação da comissão.
A justificativa, segundo o vereador, é que a má qualidade do material asfáltico só foi verificada no serviço realizado pela gestão anterior.
A terceira CPI é presidida pelo vereador Oliveira Júnior (PSC). Ele quer apurar se a Socicam cumpriu o contrato firmado na gestão Gasparini de reforma do Terminal Rodoviário, que é administrado pela empresa há mais de 30 anos. Em troca do investimento de R$ 10 milhões, a Socicam ganhou prazo de mais 30 anos para explorar a rodoviária.
O único pedido de CPI que atingiria a gestão Dárcy foi abafado em maio. Tratava-se da investigação de um suposto favorecimento, pela atual administração, do banco BMG, o primeiro a ser credenciado para comprar créditos de servidores que tem dívidas salariais a receber da prefeitura.
O pedido foi feito pelo vereador Capela Novas (PPS), também da base aliada do governo. Na semana seguinte ao pedido, novos bancos foram credenciados pela administração e a CPI, que tinha adesão da maioria dos vereadores, "esvaziou".
A Folha tentou ouvir ontem, sem sucesso, a vereadora Silvana Resende (PSDB), a principal opositora da gestão Dárcy na Câmara e líder do PSDB na gestão Gasparini.


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