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Câmara abre 3ª CPI sem incomodar Dárcy
CPI da Feira do Livro foi aprovada anteontem; outras duas comissões têm como alvo a gestão anterior do tucano Gasparini
Walter Gomes, autor da CPI, diz que relatório de perito judicial comprova que há irregularidades nos gastos da Feira do Livro
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Câmara de Ribeirão Preto
vai entrar 2010 com três CPIs
instaladas. Nenhuma delas
atinge o governo da prefeita
Dárcy Vera (DEM), que tem
maioria absoluta na Casa. Duas
têm como alvo o governo do tucano Welson Gasparini, que foi
sucedido por Dárcy. A terceira
foca a Feira do Livro.
O requerimento para a abertura da CPI da Feira do Livro,
aprovado anteontem, foi apresentado pelo vereador Walter
Gomes (PR). Segundo ele, um
relatório feito por um perito judicial contratado pela Câmara
comprova que há irregularidades nos gastos da Feira do Livro, evento realizado em junho
pela Fundação Feira do Livro,
entidade privada sem ligação
com a Secretaria da Cultura.
Os documentos analisados
pelo perito incluem notas fiscais e orçamentos supostamente superfaturados, como o elaborado para o palco onde foram
realizados shows musicais e
apresentações artísticas durante a feira.
Procurada pela Folha, a presidente da Fundação Feira do
Livro, Isabel de Farias, disse
que não faria comentários sobre o caso por não ter tido acesso ao relatório do perito.
O vereador do PR também é
presidente da CPI que visa
apurar supostas irregularidades no serviço de recapeamento asfáltico contratado no ano
passado por Gasparini. O trabalho de recapeamento realizado pela atual administração,
segundo Walter, não será alvo
de investigação da comissão.
A justificativa, segundo o vereador, é que a má qualidade do
material asfáltico só foi verificada no serviço realizado pela
gestão anterior.
A terceira CPI é presidida
pelo vereador Oliveira Júnior
(PSC). Ele quer apurar se a Socicam cumpriu o contrato firmado na gestão Gasparini de
reforma do Terminal Rodoviário, que é administrado pela
empresa há mais de 30 anos.
Em troca do investimento de
R$ 10 milhões, a Socicam ganhou prazo de mais 30 anos para explorar a rodoviária.
O único pedido de CPI que
atingiria a gestão Dárcy foi abafado em maio. Tratava-se da investigação de um suposto favorecimento, pela atual administração, do banco BMG, o primeiro a ser credenciado para
comprar créditos de servidores
que tem dívidas salariais a receber da prefeitura.
O pedido foi feito pelo vereador Capela Novas (PPS), também da base aliada do governo.
Na semana seguinte ao pedido,
novos bancos foram credenciados pela administração e a CPI,
que tinha adesão da maioria
dos vereadores, "esvaziou".
A Folha tentou ouvir ontem,
sem sucesso, a vereadora Silvana Resende (PSDB), a principal
opositora da gestão Dárcy na
Câmara e líder do PSDB na gestão Gasparini.
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