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Unesp injeta R$ 254,8 milhões na região
Valor é a soma dos recursos movimentados pela universidade e por alunos dos campi de Franca, Araraquara e Jaboticabal
Estudo para medir a importância econômica dos campi mostra que valor equivale a 42% das receitas das três cidades
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Os campi da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de
Franca, Araraquara e Jaboticabal injetam R$ 254,8 milhões
todos os anos nas economias
das cidades-sede. O valor é
equivalente a 42% das receitas
somadas dessas cidades.
Os dados são do estudo "Impactos Econômicos e Financeiros da Unesp para os Municípios", do Instituto de Economia da universidade, que concluiu que todos os 22 campi do
interior injetam nas cidades,
em média, 22,12% do total das
receitas recolhidas por elas
(leia texto nesta página).
"A ideia é medir a importância econômica do campus na cidade. Nos dados compilados, tivemos informações importantes, como por exemplo o fato de
que o dinheiro movimentado
por gastos de alunos com moradia, alimentação, transporte,
material didático e outros em
todos os 22 campus do interior
é maior do que o recolhido por
esses municípios com o IPVA",
disse José Murari Bovo, que
coordenou pela terceira vez o
levantamento -os outros foram feitos em 1996 e 2001.
Em Araraquara, a universidade e seus alunos injetam na
economia da cidade R$ 134,7
milhões, o equivalente a 42,4%
de tudo o que a prefeitura arrecada com impostos e repasses.
Em Jaboticabal, que tem receita de R$ 113 milhões, a participação é ainda maior: 69%.
Em Franca, onde foi inaugurado há duas semanas o novo
campus da Unesp, a participação da "economia universitária" na cidade é a menor entre
as três sedes da região. São R$
41 milhões de recursos injetados para uma receita de R$
299,4 milhões, o equivalente a
13,73% da receita.
No estudo, a soma de 80%
dos investimentos e recursos
movimentados pela universidade em cada campus e uma estimativa de gastos por aluno é
chamada de "recurso injetado".
[Esse recurso] "Seria todo o
dinheiro que o campus ajuda a
colocar na cidade", disse Bovo.
No estudo, o valor de cada campus é comparado com vários
outros indicadores econômicos
municipais, como arrecadação
com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPVA (Imposto sobre
Propriedade de Veículos Automotores) e a soma de todos os
impostos recolhidos no município.
A força econômica da instituição de ensino é reconhecida
pelos administradores municipais. Em Araraquara, a tradicional Faculdade de Odontologia da Unesp é considerada
"fundamental".
"Unesp e Araraquara têm
uma história juntas. Essa parcela de injeção na economia
não surpreende. Além do valor
calculado, tem ainda aquele
subjetivo, de conhecimento,
que pode elevar o nome da cidade nacionalmente", disse o
secretário de Desenvolvimento
Econômico, Valter Merlos.
Para o economista Alberto
Borges Matias, professor de Finanças da FEA (Faculdade de
Administração, Economia e
Contabilidade) da USP (Universidade de São Paulo), os valores comparados não têm relação direta, mas a comparação
mostra a importância de uma
instituição de ensino para uma
cidade do interior.
"Muitas vezes uma universidade pode ser mais importante
economicamente falando para
uma cidade do que a indústria
ou o comércio", afirmou.
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