Ribeirão Preto, Quinta-feira, 25 de Março de 2010 |
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Dárcy cede e servidores encerram paralisação
Proposta de reajuste sobe para 6,31% e licença-prêmio será paga integralmente
VERIDIANA RIBEIRO DA FOLHA RIBEIRÃO Após dois dias consecutivos de paralisação dos servidores municipais, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), melhorou sua proposta de aumento e os funcionários acabaram votando o fim do movimento à noite, em uma assembleia encerrada com confusão e pancadaria. A proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo subiu de 5,31% para 6,31%, além de dar aumento no vale-alimentação, que passará de R$ 351 para R$ 400, e no valor da cesta básica dos aposentados, que subirá de R$ 65 para R$ 90. Outra proposta alterada foi a que trata do pagamento da licença-prêmio: a proposta de Dárcy de pagar 50% em dinheiro e o restante em dias de descanso foi trocada pelo pagamento do benefício integralmente em dinheiro. As licenças com prazo vencido há mais tempo terão prioridade sobre as outras. Segundo a Secretaria de Governo, existem R$ 40 milhões acumulados em licenças-prêmio não pagas. A votação pelo fim da greve, após uma hora de debates, foi tumultuada e prejudicada por uma briga no palanque. A briga começou depois que dois homens pediram para que um servidor com um cartaz de apoio à continuidade da greve descesse do palanque para não ser confundido com a diretoria do sindicato, que apoiava o fim da paralisação. O servidor, que seria um guarda municipal e carregava uma menina de quatro anos nos ombros, acabou retirado à força. Na confusão, a criança quase foi ferida. A briga provocou protesto de um grupo de servidores, a maioria concursados da Secretaria da Educação. "Isso foi manipulação. Não teve votação", disse uma professora. "Eu estava perto da confusão, corri e não ouvi nada. Eu teria votado pela manutenção da greve", disse outra professora. Membros de movimentos políticos contrários ao da direção do Sindicato dos Servidores Municipais, inclusive o diretor regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado) Mauro Inácio, também reclamaram da forma como foi feita a votação. O presidente do sindicato, Wagner Rodrigues, e o vice-presidente, André Luiz da Silva, entraram na sede da entidade enquanto a briga acontecia na rua, em frente ao prédio. Depois, por telefone, Rodrigues avaliou as conquistas como positivas. Ele também afirmou que a movimentação contrária à forma como foi encaminhada a votação era liderada por correntes políticas contrárias à administração da prefeita. Foi a primeira greve da gestão Dárcy Vera. De manhã, afirmou Rodrigues, a prefeita havia dito que a proposta apresentada ontem seria a última. Em caso de recusa, o governo iria enfrentar a greve na Justiça. Essa informação foi repetida várias vezes na assembleia, o que também foi considerado "indução" ao voto por parte dos que protestaram contra o fim da greve. Próximo Texto: Greve esvazia escolas, creches e postos Índice |
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