|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Frentista faz acordo com estudante que o atropelou
Preso, Caio Lombardi continua a responder por tentativa de homicídio
Carro do universitário atingiu a vítima, que ficou presa embaixo do veículo; acidente foi flagrado por câmeras
LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
O frentista Carlos Pereira
da Silva, 39, atropelado em
fevereiro de 2008 pelo estudante de direito Caio Meneghetti Fleury Lombardi em
um posto na avenida Independência, em Ribeirão Preto, fechou um acordo financeiro para receber indenização pelos danos moral, estético e material que sofreu.
Com o acordo, o processo
cível está encerrado, segundo o advogado do frentista,
Fábio Martins. Na área criminal, porém, Lombardi continua a responder pelas acusações de tentativa de homicídio triplamente qualificado e
de tráfico de drogas. O estudante está preso na cadeia de
Franca desde janeiro.
"O Carlos ficou satisfeito
com o acordo. Ele disse que
sentiu que a justiça foi feita.
Isso é o mais importante",
disse o advogado.
Segundo Eduardo Sandoval, advogado do estudante
no caso cível, a intenção da
família Lombardi sempre foi
a de ressarcir ao menos financeiramente Silva. Porém
só agora as partes conseguiram chegar a um acordo.
O valor do acordo não foi
divulgado, mas o advogado
afirmou que é próximo do solicitado pelo frentista em
2008 -ele pediu R$ 415 mil.
O advogado criminalista
Heráclito Mossin, que defende Lombardi, pediu um habeas corpus para que o estudante responda ao processo
em liberdade. O pedido, negado pelo Tribunal de Justiça
no mês passado, é analisado
pelo STJ (Superior Tribunal
de Justiça) em Brasília.
Todas as testemunhas do
caso já prestaram depoimento. Lombardi ainda não foi
ouvido pela Justiça. "Feito isso, ele vai para julgamento",
afirmou Mossin.
Segundo a Polícia Civil, o
rapaz atravessou o canteiro
da avenida e entrou com o
carro direto no posto. Na invasão, arrancou a bomba de
gasolina, bateu em Corsa que
estava abastecendo e em seguida atropelou o frentista,
que ficou preso sob o carro.
Logo depois, o estudante
tentou fugir, mas foi impedido por pessoas que estavam
no posto. Laudo da polícia
apontou que Lombardi estava embriagado. Câmeras do
posto flagraram a cena.
Em depoimento na época,
segundo a polícia, o universitário afirmou que havia bebido em um trote de calouros
do curso de direito da
Unaerp. No carro, havia seis
frascos de lança perfume.
O frentista teve traumatismo craniano, fraturas e queimaduras. Silva ficou internado por quatro dias no Centro
de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Ribeirão
respirando por aparelhos.
Depois, foi submetido a
quatro cirurgias e precisou
fazer um enxerto na perna direita, onde sofreu as queimaduras mais graves.
Foram seis meses de recuperação. No período, ele recebeu apenas o auxílio-doença do INSS, que era 40%
do seu salário, de R$ 1.300.
Após o acidente, Silva voltou
a ser frentista no mesmo posto de combustível, onde ainda trabalha.
Texto Anterior: Copa faz prefeitura encurtar expediente Próximo Texto: Araraquara: Estudante morre após colocar a cabeça pela janela de ônibus Índice
|