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POLÍTICA
Partidos em Ribeirão Preto contratam mão-de-obra irregularmente
Promotoria quer criança
fora de campanha política
da Reportagem Local
O promotor
da Infância e da
Juventude de
Ribeirão, Marcelo Pedroso
Goulart, vai se
reunir na quinta-feira com os
presidentes dos partidos políticos
em Ribeirão para discutir a proibição do emprego de crianças e adolescentes menores de 18 anos em
campanhas eleitorais.
"Estarei fazendo um acordo
com as legendas para que nenhum
tipo de trabalho seja realizado por
crianças e adolescentes entre 14 e
18 anos, seja em panfletagem nas
ruas, seja em comícios."
Segundo o promotor, o compromisso com as legendas inclui a fixação de uma multa de cem salários mínimos (a mesma da eleição
passada), que serão pagos pelos
partidos cada vez que ficar comprovado que um menor está trabalhando na campanha.
Segundo o promotor, caso ele
não chegue a um acordo com os
partidos na reunião, ele deverá entrar com uma ação civil pública.
"Já tínhamos feito esse acordo
na eleição de 96 e pensávamos que
os partidos já tivessem captado a
mensagem. Mas, infelizmente, estamos observando que alguns menores estão trabalhando nas campanhas eleitorais", disse.
A proibição tem por base o Estatuto da Criança e do Adolescente,
que proíbe adolescentes entre 14 e
18 anos de trabalharem em situação insalubre, penosa, perigosa e
que prejudique sua formação.
"Geralmente, os menores trabalham debaixo de um sol forte, em
ambiente insalubre, pois ficam em
esquinas onde existe muito engarrafamento e correm risco de acidentes. Ao mesmo tempo, esse é
um tipo de trabalho que, muitas
vezes, prejudica a formação do
adolescente, como é o caso das
meninas que trabalham nos comícios", disse o promotor.
Segundo a Folha apurou, os
adolescentes que distribuem panfletos têm idade entre 16 e 18 anos,
ganham cerca de R$ 200 mensais e
trabalham em dois períodos.
Os partidos políticos concordam
com a atitude do promotor em firmar um compromisso para evitar
o trabalho de adolescentes durante a época de campanha.
Segundo o presidente do diretório municipal do PT em Ribeirão
Preto, Luiz Roberto Cangussú, o
trabalho na idade entre 14 e 18
anos em panfletagem "em nada
contribui para o desenvolvimento
do adolescente".
"Nosso partido não emprega
em nenhuma hipótese menores de
18 anos. Para falar a verdade, nossa campanha de rua é feita por militantes, que não recebem nada pelo trabalho.
Cangussú disse que, muitas vezes, menores de 18 anos, como filhos de candidatos, participam na
panfletagem acompanhados de
seus pais. "Esse é um caso muito
específico, que não pode ser considerado como trabalho."
Segundo ele, caso algum candidato burle o acordo de não empregar menores, receberá sanções internas, conforme o código de ética
do partido.
Já o coordenador de campanha
do deputado federal Welson Gasparini (PSDB), o vereador Gasparini Jr., disse que concorda com a
atitude do promotor, mas acha
que a punição deveria ser aplicada
aos candidatos que infringirem o
acordo e não ao partido. "Não
existe condição de fiscalizar todos
os comitês. Em Ribeirão Preto, é
uma norma da campanha do
PSDB não contratar menores",
disse.
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