Ribeirão Preto, Domingo, 25 de Setembro de 2011

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Ribeirão não tem controle de população de capivaras

Animal é hospedeiro de carrapato transmissor da febre maculosa

Medidas adotadas tentam evitar contato das pessoas com os carrapatos, para minimizar o impacto


Márcia Ribeiro - 12.ago.11/Folhapress
Capivaras descansam em área ao lado de lago existente no campus da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Com livre trânsito em rios e riachos de Ribeirão Preto e alimentação farta garantida na vegetação das várzeas, as capivaras têm se reproduzido sem que haja controle de proliferação da espécie.
Os animais -que gostam de capim, sombra e água fresca- são os principais hospedeiros dos carrapatos-estrela, que podem transmitir a febre maculosa.
A Prefeitura de Ribeirão não tem plano de manejo desses animais -a responsabilidade fica a cargo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que também não tem nenhuma ação implementada no município.
As medidas adotadas em Ribeirão tentam evitar o contato das pessoas com os carrapatos, delimitando áreas para minimizar o impacto.
No entanto, o problema se mantém. Na última semana, a coordenadoria do campus da USP local fechou o centro de lazer, que fica próximo a um local de infestação.
Segundo a coordenação do campus, as capivaras são um problema antigo, mas só agora tomou proporções graves: funcionários e alunos foram picados por carrapatos.
Em agosto, a prefeitura decidiu fechar às segundas o parque Maurilio Biagi para cortar o mato ao redor do córrego que passa no local, medida que também tenta conter o avanço dos parasitas.
Lá também houve relatos de funcionários picados.
Para a diretora do centro de fauna silvestre da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Claudia Schaalmann, esses animais são problema no Estado. "Há fartura de capim em locais que deveriam ter vegetação preservada."
Em 2008, a descentralização do manejo da fauna silvestre passou do governo federal para o estadual e segue um cronograma.
Em agosto, o Estado assumiu a autorização para o manejo -anteontem, Claudia recebeu ofício da USP, mas ainda não analisou.
Focar carrapato, não a capivara, é tido por especialistas como "menos polêmico".
Em março, ONGs de Campinas se uniram contra a morte de capivaras que viviam num parque fechado havia três anos. Segundo Claudia, a medida foi necessária porque já havia registro de mortes e a comprovação de que as capivaras tinham carrapatos que transmitiam a febre.
Na USP de Piracicaba, a solução foi instalar alambrados. Colocadas ao redor das margens do rio, as barreiras limitam o espaço dos bichos.
O entomólogo Carlos Alberto Perez, coordenador de pesquisa de controle do carrapato-estrela na Esalq/USP, apresentou a ideia à USP Ribeirão e espera que seja aplicada. A coordenadoria diz que vai aplicar as ideias sugeridas por representantes do Ibama, Estado e prefeitura.


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