Ribeirão Preto, Sábado, 25 de Outubro de 2008

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Crime choca as funcionárias do salão de beleza

DAS ENVIADAS ESPECIAIS A FRANCA

Valéria Gomes Freitas, atingida por um tiro na cabeça disparado pelo marido, é cabeleireira, dona de um salão de beleza localizado no centro de Franca que é freqüentado pela classe média da cidade. Sob seu comando, trabalham 30 funcionárias. Ontem, quando duas clientes já esperavam por ela, a recepcionista Angélica Aparecida de Souza, 28, estranhou o atraso da chefe e decidiu ligar para a casa dela.
"Ela trabalha mais que as funcionárias. Quando deu mais de 9h e ela não apareceu, eu imaginei que pudesse ter acontecido alguma coisa. Liguei para uma das funcionárias e pedi para ela passar lá para ver se acontecia alguma coisa e ela viu polícia lá", disse a recepcionista.
Ao saber do crime, as funcionárias ficaram chocadas e fecharam o salão. A manicure Vara Lúcia Grave, 43, disse ter ouvido comentários no salão que Helder estava com problemas de saúde.
Na Escola Estadual Coronel Francisco Martins, a mais antiga de Franca, 13 alunos da 4ª série F, onde estudam as gêmeas Júlia e Letícia Freitas Massucato Rezende, foram dispensados da aula ontem à tarde, disse o diretor, Antônio Raiz.

Velório
Mãe e filho foram velados lado a lado ontem em Franca. O corpo de Lourdes Massucato Rezende chegou antes ao velório São Vicente de Paulo. O filho dela, Helder Massucato Rezende, acusado de tê-la matado e ainda ter atirado na cabeça de sua mulher e dos três filhos antes de se suicidar, chegou uma hora e meia depois.
Segundo José de Souza Andrade, cunhado de Helder, a decisão de velar mãe e filho juntos foi do viúvo Augostinho Rezende Araújo. Ele acreditava que essa seria a vontade de sua mulher. Ontem, no início da noite, cerca de 60 pessoas participavam do velório. A família não permitiu a presença de fotógrafos. "Ela [Lourdes] era gente muito boa. Não dá para acreditar em uma tragédia dessas, ainda mais em uma família bem de vida", disse a empresária Ana Paula Leite, 43, vizinha dos Rezende.
O delegado que comanda as investigações, Márcio Murari, do setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), informou que pediu exame toxicológico para saber se Helder havia ingerido álcool ou drogas antes de cometer o crime. O enterro será realizado hoje, às 8h, no Cemitério da Saudade.


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