VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Marcela (nome fictício) tem 5 anos e mora no Carib (Casa de Adoção de Ribeirão Preto) desde setembro. Neste Natal, ela tem casa nova, a da enfermeira Kerubina Lúcia Almeida Souto, 45, uma das voluntárias que levam crianças para passar "férias" fora do abrigo.
Na casa da voluntária, onde está há seis dias, Marcela participou da ceia e ganhou presente colocado em baixo da árvore de Natal. "A gente percebe que ela não liga para brinquedo. Quando ela vai ao shopping, não se interessa por boneca. O que ela quer mesmo é abraçar, ficar de mãos dadas. Ela precisa de carinho", disse Souto.
A menina foi afastada da família biológica porque sofria maus tratos, mas ainda mantém contato com a mãe. A tentativa é no sentido de que ela volte para sua casa. A adoção é o último recurso.
Além de Marcela, outras 11 crianças do Caribe foram para a casa de voluntários cadastrados. Caso do menino João (três meses), que está na casa de Maria Patrícia de Souza Agostinho, 39.
A dona de casa tornou-se voluntária do Carib por acaso sete anos atrás, depois de levar a filha, então uma "adolescente um pouco rebelde", para ver crianças em situações mais difíceis na casa abrigo. A menina ficou sensibilizada e tornou-se também uma voluntária.
"Já perdi as contas de quantas crianças ficaram comigo no Natal" , disse Agostinho. Durante o ano, voluntários também auxiliam levando as crianças do Carib a consultas médicas.


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