Ribeirão Preto, Quinta-feira, 26 de Março de 2009

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Ribeirão recebe mais crédito per capita do que 23 capitais

Com R$ 8,7 bi, cidade fica em 8º no ranking de empréstimos por habitante em 2008

Em números absolutos, só 11 cidades superaram Ribeirão; banqueiro diz que o resultado reflete a força econômica da região


ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Ribeirão Preto foi a oitava cidade do país a receber mais crédito per capita em 2008, superando 23 capitais e outras cidades mais populosas do Estado -em São Paulo, ela aparece em quarto lugar no ranking.
No total, os bancos concederam a empresas e pessoas físicas de Ribeirão R$ 8,7 bilhões em empréstimos, R$ 900 milhões a mais que no ano anterior, segundo relatório divulgado pelo Banco Central.
O montante representa uma média de R$ 15.679 por habitante da cidade. Em números absolutos, a cidade fica em 12º lugar. O valor abrange todas as instituições financeiras e inclui financiamentos, empréstimos pessoais e crediários.
"Isso reflete claramente a força econômica da cidade e da região. Esse dado é fruto da diversidade que existe de setores. Ao contrário do que o senso comum leva a crer, não temos só a questão do agronegócio", afirmou o banqueiro Nelson Rocha Augusto, presidente do Banco Ribeirão Preto.
Com base nos dados da instituição que dirige, Rocha Augusto disse que, apesar dos efeitos da crise econômica mundial, Ribeirão se saiu bem na liberação de crédito, uma das maiores queixas de investidores.
"No ano passado, particularmente no último trimestre, a crise já estava instalada e o nível de crédito mostrou performance interessante", disse.
De acordo com o banqueiro, o bom desempenho se deveu a altas nos setores de saúde e educação, segundo ele imunes à crise, além da resistência da construção civil.
Segundo a Caixa Econômica Federal, o financiamento habitacional na região bateu recorde em 2008. Entre janeiro e novembro, os contratos somaram R$ 352 milhões nas 52 cidades da regional, aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para Rudinei Toneto Junior, da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, o resultado não chega a surpreender.
"O fato de Ribeirão ser uma espécie de capital da região, leva todos a buscarem crédito aqui, ao contrário da Grande São Paulo, que tem forte concorrência. Usinas com sede na região que preveem novas plantas, fazem a movimentação por aqui", disse.
A tendência, segundo especialistas, é que a região mantenha viés de crescimento, principalmente pelas boas perspectivas para commodities produzidas aqui, como açúcar, álcool, café, soja e amendoim.
Entre a população, a busca pelo crédito já voltou a crescer, segundo as financeiras. Ontem, por exemplo, a aposentada Marilene Mantoani, 51, obteve um empréstimo de R$ 1.900. "Transformo várias dívidas em uma conta só", disse.
Entre as quatro maiores cidades da região, a que mais cresceu em liberação de crédito foi Franca, que em 2007 teve liberados R$ 812 milhões, contra R$ 970 milhões no ano passado -aumento de 19,5%. O município ficou na 67ª posição no ranking nacional.
Em São Carlos, os bancos emprestaram R$ 553 milhões em 2008, volume 13,3% superior ao do ano anterior.
Araraquara foi a única, entre as quatro maiores cidades, que teve redução do volume de crédito em relação a 2007. No ano passado, foram liberados R$ 701 milhões em créditos e, em 2007, R$ 688 milhões.
O ranking abrange as 100 cidades com maior concessão de crédito absoluto do país.


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