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Ribeirão recebe mais crédito per capita do que 23 capitais
Com R$ 8,7 bi, cidade fica em 8º no ranking de empréstimos por habitante em 2008
Em números absolutos,
só 11 cidades superaram Ribeirão; banqueiro diz que o resultado reflete a força econômica da região
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Ribeirão Preto foi a oitava cidade do país a receber mais crédito per capita em 2008, superando 23 capitais e outras cidades mais populosas do Estado
-em São Paulo, ela aparece em
quarto lugar no ranking.
No total, os bancos concederam a empresas e pessoas físicas de Ribeirão R$ 8,7 bilhões
em empréstimos, R$ 900 milhões a mais que no ano anterior, segundo relatório divulgado pelo Banco Central.
O montante representa uma
média de R$ 15.679 por habitante da cidade. Em números
absolutos, a cidade fica em 12º
lugar. O valor abrange todas as
instituições financeiras e inclui
financiamentos, empréstimos
pessoais e crediários.
"Isso reflete claramente a
força econômica da cidade e da
região. Esse dado é fruto da diversidade que existe de setores.
Ao contrário do que o senso comum leva a crer, não temos só a
questão do agronegócio", afirmou o banqueiro Nelson Rocha
Augusto, presidente do Banco
Ribeirão Preto.
Com base nos dados da instituição que dirige, Rocha Augusto disse que, apesar dos efeitos
da crise econômica mundial,
Ribeirão se saiu bem na liberação de crédito, uma das maiores queixas de investidores.
"No ano passado, particularmente no último trimestre, a
crise já estava instalada e o nível de crédito mostrou performance interessante", disse.
De acordo com o banqueiro,
o bom desempenho se deveu a
altas nos setores de saúde e
educação, segundo ele imunes
à crise, além da resistência da
construção civil.
Segundo a Caixa Econômica
Federal, o financiamento habitacional na região bateu recorde em 2008. Entre janeiro e
novembro, os contratos somaram R$ 352 milhões nas 52 cidades da regional, aumento de
48% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para Rudinei Toneto Junior,
da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da
USP, o resultado não chega a
surpreender.
"O fato de Ribeirão ser uma
espécie de capital da região, leva todos a buscarem crédito
aqui, ao contrário da Grande
São Paulo, que tem forte concorrência. Usinas com sede na
região que preveem novas
plantas, fazem a movimentação por aqui", disse.
A tendência, segundo especialistas, é que a região mantenha viés de crescimento, principalmente pelas boas perspectivas para commodities produzidas aqui, como açúcar, álcool,
café, soja e amendoim.
Entre a população, a busca
pelo crédito já voltou a crescer,
segundo as financeiras. Ontem,
por exemplo, a aposentada Marilene Mantoani, 51, obteve um
empréstimo de R$ 1.900.
"Transformo várias dívidas em
uma conta só", disse.
Entre as quatro maiores cidades da região, a que mais
cresceu em liberação de crédito foi Franca, que em 2007 teve
liberados R$ 812 milhões, contra R$ 970 milhões no ano passado -aumento de 19,5%. O
município ficou na 67ª posição
no ranking nacional.
Em São Carlos, os bancos
emprestaram R$ 553 milhões
em 2008, volume 13,3% superior ao do ano anterior.
Araraquara foi a única, entre
as quatro maiores cidades, que
teve redução do volume de crédito em relação a 2007. No ano
passado, foram liberados R$
701 milhões em créditos e, em
2007, R$ 688 milhões.
O ranking abrange as 100 cidades com maior concessão de
crédito absoluto do país.
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