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Teste rápido voltará após pico da epidemia de dengue
Suspenso em Ribeirão, exame vai retornar quando total de casos desacelerar
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, objetivo é controlar a circulação da doença e orientar a ação
do controle de vetores
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Para controlar de forma mais
precisa a situação da epidemia
de dengue em Ribeirão Preto, o
exame rápido para detecção da
doença vai voltar a ser feito
quando o pico de transmissão
for superado e os caso começarem a desacelerar. "Será necessário para ver onde [a doença]
continuará circulando e para
ajudar no trabalho do controle
de vetores", disse a chefe da Vigilância Epidemiológica, Ana
Alice de Castro e Silva.
O teste rápido, conhecido como NS1, foi suspenso no início
de março, quando a dengue ganhou status oficial de epidemia
em Ribeirão. A detecção passou
a ser feita por meio de diagnóstico clínico, com avaliação dos
sintomas e também com o teste
do laço -feito com uma borracha amarrada ao braço para detecção de edemas.
A chefe da Vigilância Epidemiológica disse que, mesmo
com a suspensão do teste rápido, não há risco de o número de
casos confirmados estar superestimado. "Se passou um caso
ou outro [de confirmação errada de dengue], é algo insignificante diante da situação."
O pico de transmissão da
dengue, porém, ainda não dá
mostras de ter chegado, já que o
número de casos continua subindo de forma acelerada. Até
ontem, foram confirmados
6.384, 193 em um dia.
Quando se avalia a evolução
semanal de casos, a curva ascendente de transmissão fica
evidente. A primeira semana de
2010 começou com 29 casos e
atingiu a casa dos 800 no final
de fevereiro e início de março.
Como o número de doentes
cresceu rápido, o trabalho de
digitação dos resultados dos
exames, nas últimas duas semanas, está desatualizado (veja
quadro nesta página).
Sorotipos
Os dados da Secretaria da
Saúde sobre a cronologia da
dengue na cidade revelam que,
desde 1990, quando Ribeirão
teve a primeira epidemia, três
sorotipos circularam -existem
quatro variações da doença.
De 1990 a 1997, o sorotipo 1
foi o único detectado. Em 1998,
o tipo 2 chegou e, em 2003, foi a
vez do sorotipo 3. Na epidemia
atual, o tipo 1 retornou, após ficar "adormecido" desde os anos
1990. Isso contribuiu para o aumento de casos, pois muitas
pessoas são suscetíveis ao tipo 1
-o paciente só fica imune à variação da doença que já teve.
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