Ribeirão Preto, Sexta-feira, 26 de Agosto de 2011

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Dinheiro para pagar dívidas da Galo Bravo é depositado

Recursos, de cerca de R$ 10,7 milhões, se referem à venda em leilão de um sítio da usina desativada

Valor não é suficiente, no entanto, para o pagamento de todas as pendências trabalhistas da empresa de Ribeirão

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


O dinheiro correspondente à venda em leilão de um sítio da usina Galo Bravo -cerca de R$ 10,7 milhões - foi depositado nesta semana para o pagamento de dívidas trabalhistas da empresa, que deixou de funcionar em novembro do ano passado.
Apesar de já estar à disposição da 1ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, a Justiça não deverá disponibilizar o valor tão cedo. O motivo: a notícia da penhora está mobilizando advogados de ex-trabalhadores de toda a região, que protocolam recursos diariamente para garantir o pagamento.
O valor total das dívidas trabalhistas da usina é mais que o dobro do dinheiro depositado em juízo: são cerca de R$ 25 milhões, de acordo com Carlos André Zara, advogado do Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão. "Somente do corte da cana-de-açúcar, há 932 ex-trabalhadores aguardando."
Sílvio Palviqueres, presidente do sindicato, afirmou que muitos trabalhadores rurais voltaram para o Norte e o Nordeste do país no final de 2010, quando a 10ª Vara Cível de Ribeirão determinou que a Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), de Sertãozinho, assumisse o controle da usina.
"Não sabemos se essas pessoas entraram com ação depois que foram embora."
O depósito da penhora, confirmado por Zara, ainda não foi publicado no "Diário Oficial do Estado", mas é assunto recorrente nos corredores do Fórum Trabalhista.

AÇÃO DE DESTAQUE
O advogado Roberto Augusto Lattaro, que representa 60 ex-funcionários que trabalhavam dentro da usina, também disse saber do assunto de forma extra oficial.
"Atualmente, essa é uma das ações trabalhistas mais importantes e de maior volume em tramitação. Por isso, ganha destaque", disse. Segundo ele, pelo menos mil ex-funcionários entraram com ação coletiva contra a usina.
Valdo de Souza Costa, 45, trabalhou por 21 anos na usina e diz que espera receber os R$ 6.000 devidos. "Estou aliviado de saber que o dinheiro está na Justiça", disse.
A dívida total da usina é de aproximadamente R$ 450 milhões com credores.
O advogado da usina, Diego Leitão, foi procurado ontem, mas não foi localizado.


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