Ribeirão Preto, Segunda-feira, 26 de Setembro de 2011

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Coderp é privilegiada nos pagamentos

Empresa cuja principal sócia é a prefeitura recebeu um terço do valor pago a credores fora da ordem cronológica

Gestão Dárcy Vera diz que a companhia presta serviços essenciais de informática à administração local


Silva Junior-23.set.2011/Folhapress
Operários trabalham em obra da construtora Said na av. Henri Nestlé; empresa diz estar com os pagamentos em atraso

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


A Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto), empresa de sociedade mista, foi privilegiada pela Prefeitura de Ribeirão Preto em relação a outros fornecedores de janeiro a julho deste ano.
Do total de R$ 38.345.982,75 pagos a credores em quebra da ordem cronológica, a Coderp, que tem a prefeitura como sócia majoritária, recebeu R$ 13.866.237,33.
O valor representa pouco mais de um terço (36,16%) do total pago a fornecedores que a prefeitura passou na frente para saldar a sua dívida. No período, das 831 notas emitidas, 321 foram para a Coderp.
À Folha a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a empresa presta serviços essenciais de tecnologia da informação e suporte técnico que viabilizam todo o funcionamento da administração.
Os dados foram entregues à vereadora Silvana Resende (PSDB), que pediu informações e explicações da administração após observar várias publicações no "Diário Oficial do Município" sobre a quebra da ordem cronológica de pagamento.
Para a tucana -que é uma das citadas para a disputa da sucessão da prefeita Dárcy Vera (DEM) em 2012-, a prefeitura não informou de forma clara os critérios para passar a Coderp na frente.
"Com base nessas informações, checarei se os valores foram pagos a serviços realmente essenciais", disse.
Lei federal prevê que as prefeituras obedeçam a ordem cronológica de pagamento a credores, salvo se há razões de interesse público.

ATRASO
Há pelo menos 90 dias, todos os fornecedores da prefeitura estão com pagamentos em atraso, segundo Armando Scozzafave Filho, diretor administrativo da construtora Said, que presta serviço na obra de duplicação da avenida Henri Nestlé.
A Folha apurou que, só com a Leão Ambiental, que presta serviços de varrição de rua e coleta de lixo, a dívida é de R$ 14 milhões. A prefeitura chega a fazer pagamentos "picados" a fornecedores.


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