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Crianças reconhecem 5 em caso de pedofilia
Meninos e meninas de 5 a 14 anos apontaram os suspeitos em sessão de reconhecimento na delegacia de Catanduva
Entre os investigados estão dois adolescentes, um funcionário de usina, um rapaz de 19 anos e um médico de Catanduva
ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO ESPECIAL A CATANDUVA
Cinco dos oitos suspeitos de
integrar uma suposta rede de
pedofilia em Catanduva foram
reconhecidos por oito meninas
e meninos que teriam sofrido
abusos entre o meio do ano
passado e o início deste ano. O
reconhecimento aconteceu ontem, das 14h às 15h30, em uma
sala da DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
Segundo as famílias das
crianças, os investigados mudaram muito o corte de cabelo,
a barba e outros detalhes, o que
dificultou a missão das vítimas.
No total, 23 crianças compõem a lista das que tiveram ligação com pelo menos um acusado, mas apenas nove delas,
entre 5 e 14 anos, foram selecionadas para o reconhecimento
porque disseram à polícia que
havia outros envolvidos, além
do borracheiro José Barra Nova de Melo, 46, o Zé da Pipa,
que está preso desde janeiro.
Apenas uma criança de seis
anos não reconheceu nenhum
acusado. As outras oito apontaram William de Melo, 19, sobrinho do borracheiro, que já havia sido preso com o tio, mas foi
liberado logo depois. Seis reconheceram ainda dois adolescentes suspeitos de agir como
aliciadores do grupo e duas
apontaram um médico, dono
de uma casa no Jardim do Bosque, que seria um dos pontos
onde ocorreram os abusos.
O funcionário de uma usina
foi reconhecido por duas crianças. Um empresário, um comerciante e um motorista, que
também foram citados em depoimentos, não foram reconhecidos pelas crianças.
Até o fechamento desta edição, a policia ainda não havia se
pronunciado sobre o resultado
da sessão. Extraoficialmente, a
informação é que quatro seriam presos ainda ontem.
As famílias começaram a
chegar à DIG antes das 9h,
umas a pé, outras em um ônibus e carros da prefeitura.
Durante o reconhecimento,
as mães reclamaram que não
puderam ficar com os filhos,
que não foram acompanhados
por um psicólogo. Hugo Brito,
coordenador de uma comissão
formada pela OAB para acompanhar o caso, também saiu antes do fim da sessão.
Os oito acusados, seis deles
acompanhados de advogados,
prestaram depoimentos à tarde. Nenhum falou à imprensa.
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