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Secretário prevê safra sem "efeito gangorra" no valor do álcool
Para João Sampaio, etanol não deve ficar abaixo de R$ 1 nem perto de R$ 2
DA FOLHA RIBEIRÃO
O secretário de Estado da
Agricultura, João Sampaio, disse esperar que o preço do álcool
se estabilize na safra atual, acabando com o "efeito gangorra"
verificado nos últimos meses,
quando o litro do combustível
oscilou de R$ 0,859 a R$ 1,899
nos postos de Ribeirão. Para
ela, é desejável para o setor que
o preço não atinja patamares
inferiores a R$ 1.
"Nenhuma usina queria o álcool a menos de R$ 1 na última
safra, mas precisaram disso para fazer caixa. Por outro lado,
pouquíssimos querem o etanol
a quase R$ 2, pois significa perder estabilidade e mercado."
Para o secretário, o governo
federal deveria criar mecanismos para armazenar álcool.
"Não digo estocar álcool, longe
disso, mas fazer com que os
produtores tenham condições
de ter um estoque regulador,
para que haja certa estabilidade. Caso contrário, pode ter um
preço ainda menor."
Em janeiro deste ano, o ministro da Agricultura, Reinhold
Stephanes, já havia manifestado a mesma preocupação de
Sampaio e anunciou que o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) iria abrir uma linha de
R$ 2,5 bilhões para financiar
um estoque regulador no país.
No ano passado, essa linha de
financiamento também foi disponibilizada, mas não chegou a
ser utilizada pelos usineiros. De
acordo com o diretor regional
da Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, a crise
econômica impossibilitou que
as usinas pudessem captar recursos para estocar.
Em vez de um financiamento
para que o mercado construa
seus estoques, o empresário
Maurilio Biagi Filho defende
que o governo tenha seus próprios estoques, nos moldes dos
que existem para arroz e milho.
(MARCELO TOLEDO e JEAN DE SOUZA)
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