Ribeirão Preto, Segunda-feira, 27 de Julho de 2009

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Procuradoria quer extinção de temporário

Ministério Público do Trabalho pede que Prefeitura de Ribeirão elimine cargos de monitores não efetivos até junho de 2010

Prefeitura pede que prazo seja alongado em um ano; Procuradoria afirma que prática é irregular porque contrato é permanente

Edson Silva/ Folha Imagem
O monitor Frederico Oliveira (à dir.), que desde 2004 atua como temporário na Secretaria da Cultura, observa aluno em aula de violão

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O Ministério Público do Trabalho em Ribeirão Preto pressiona a prefeitura para que os contratos temporários de monitores que trabalham em programas permanentes do governo sejam extintos até junho do ano que vem. A eliminação dos contratos pode resultar na demissão de até 171 pessoas e prejudicar serviços.
Os contratos, na avaliação da Procuradoria, são irregulares porque se tornaram permanentes. O Ministério Público do Trabalho, que investiga o caso desde 2001, propôs um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) à prefeitura e pode entrar com ação na Justiça caso o governo não elimine os temporários ou os substitua por funcionários efetivos.
Segundo apurou a Folha, a prefeitura tem, ao menos, 171 monitores com contratos temporários, que podem ser firmados por dois anos e prorrogados pelo mesmo período. São 131 pessoas na Secretaria da Educação, 22 na Secretaria da Assistência Social e 18 na Secretaria da Cultura.
De acordo com Gisele Thomaz, assistente da Secretaria da Assistência Social que participou de uma reunião sobre o TAC na última quarta-feira, a prefeitura deve propor a prorrogação do prazo para junho de 2011. "Seria uma forma de respeito aos monitores que estão com contrato em vigor", disse.
Para fechar o acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho, a pasta precisaria abrir concurso público para contratar 22 monitores para o Centro de Formação e Qualificação Profissional -eles dão aulas em cursos profissionalizantes.
Na Secretaria da Cultura, a preocupação é com a manutenção das atividades oferecidas nos dois centros culturais, nos bairros Campos Elíseos e Quintino Facci 2. Cerca de 900 alunos estão matriculados em cursos permanentes de música e dança. As aulas são ministradas por 18 monitores.
O professor de violão Frederico Oliveira, 29, atua como monitor desde 2004 -sempre de forma temporária.
A secretária da Cultura, Adriana Silva, não esconde a apreensão. "Se for fechado esse TAC, terei de fazer um estudo de impacto no orçamento e pensar em uma solução", disse.
A secretária da Educação, Débora Vendramini, foi procurada pela Folha durante a semana, mas não respondeu as ligações. Em nota, a Coordenadoria de Comunicação da prefeitura informou apenas que "está trabalhando para regularizar os contratos".
O Ministério Público do Trabalho não se manifestou.


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