Ribeirão Preto, Domingo, 27 de Setembro de 2009

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Mulheres também fazem curso de piloto

Região tem pelo menos sete alunas; elas são 3% dos comandantes hoje no país

Jovem de 20 anos esquece ideia de medicina para se tornar piloto; sonho da moça é comandar avião de grande companhia aérea


DA FOLHA RIBEIRÃO

A mulher que hoje sonha em trabalhar na aviação não precisa mais se limitar à função de comissária de bordo, a chamada aeromoça. Os aeroclubes da região têm encontrado mulheres entre os alunos do curso de piloto de aeronaves.
No Aeroclube de Ribeirão Preto, existem duas jovens hoje nos cursos teórico e prático. Em Itápolis, dos atuais 50 alunos, cinco são mulheres.
A região segue uma tendência de mudança no perfil de uma profissão masculina. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), se 100% dos pilotos eram homens em 1970, trinta anos depois a predominância caiu para 97%.
Entre as mulheres que desafiam o senso comum está Amábile Villela Strini Correia, 20, de Ribeirão. Ela concluiu o curso de piloto privado em setembro do ano passado e prepara-se para o de piloto comercial.
O desejo de comandar um avião começou a surgir ainda na adolescência. Aos 15 anos, ela participou de uma festa de um primo, piloto de avião. "Os amigos dele, também pilotos, ficaram passando de helicóptero e de avião durante a festa."
A jovem chegou a pensar em cursar medicina, mas desistiu. Foi quando retomou o desejo de voar -e chocou a família. "Todos foram contrários, meu pai, minha mãe. Tinham medo que eu fosse morrer."
Um mês após completar 18 anos, procurou o aeroclube da cidade para se inscrever. "Fiz a inscrição no dia do acidente de um avião da Gol, em 2007. Minha mãe ficou apavorada."
Durante o curso, conheceu o instrutor de voo que se tornou seu namorado e, desde o ano passado, marido. O sonho é concluir sua formação e se tornar uma comandante de uma das companhias aéreas do país.


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